Vale prevê aumento de preços em 2010
O presidente da Vale, Roger Agnelli, vê tendência de alta nos preços do minério de ferro para o ano que vem, mas não fez projeções sobre o quanto as mineradoras poderiam conseguir de reajuste. Agnelli ressaltou que a demanda da China, que compra mais da metade do minério de ferro vendido no mercado transoceânico global, continua forte, mas garantiu que as negociações para o reajuste anual ainda não começaram.
"Acho que é positivo (o cenário). Acho que existe uma tendência de alta (dos preços do minério), mas o quanto eu não sei", disse Agnelli, ao participar da cerimônia de premiação do diretor financeiro da Vale, Fábio Barbosa, escolhido o executivo do ano pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-Rio). "Acho que a China continua comprando mais e tem interesse de que aumentemos a produção. Isso (a negociação) vai vir no momento certo. Os contratos vão até abril e, com paciência, a gente vai tocando", acrescentou.
Agnelli previu que 2010 será positivo para o setor, destacou a recuperação da economia global e afirmou que "o pior da crise já passou". Para ele, uma "grande questão" é o comportamento do dólar, cuja queda provoca aumento dos custos de produção, o que tem sido compensado pela recuperação dos preços das commodities metálicas após o tombo causado pela crise financeira global.
A Vale não pretende recuar na negociação com os trabalhadores das operações de níquel de Sudbury e Voisey's Bay, no Canadá. Agnelli afirmou que a empresa está aberta às negociações, mas não vai abrir mão das questões relativas ao plano de previdência e à participação dos trabalhadores nos lucros e resultados da companhia. Os trabalhadores de Sudbury cruzaram os braços em 13 de julho, sendo seguidos duas semanas depois pelos funcionários de Voisey´s Bay.
A Vale propõe para os trabalhadores em Sudbury e Voisey's Bay o fim do benefício definido no plano de previdência, com a substituição para o sistema de contribuição definida, válido para os demais funcionários da mineradora no mundo. Atualmente, os funcionários canadenses seguem o sistema de benefício definido, no qual já está fechado o valor que será recebido por cada aposentado. Além disso, a Vale quer que os funcionários canadenses recebam a participação nos resultados de acordo com os lucros obtidos na empresa, ao contrário do sistema atualmente vigente na região, no qual essa remuneração é baseada nos preços na London Metal Exchange (LME). (Fonte: Valor Econômico/Rafael Rosas, do Rio)