A direção do negócio de alumínio da Vale reforçou ontem, em conferência com jornalistas, que a venda dos ativos dessa área para o grupo norueguês Norsk Hydro foi um reposicionamento da companhia nesse negócio, que envolve produção de bauxita, alumina e metal primário, além de outros direitos. "Não houve perda, pois a Hydro passou a ser um produtor forte de alumínio, com uma plataforma consistente de crescimento, na qual a Vale passou a ter 22% do capital", afirmou Ricardo Carvalho, diretor de alumínio da mineradora.
O único ativo mantido pela Vale foi a participação de 40% na Mineração Rio do Norte (MRN), no Pará, que faz 17 milhões de toneladas de bauxita por ano. Segundo Carvalho, o "take" de produção da companhia na MRN continuará com contratos de fornecimento à Alunorte, refinaria de alumina que passará ao controle (91%) da Norsk Hydro após o fechamento do negócio.
Conforme o executivo, as negociações e análises da operação com a companhia estatal norueguesa já vinham ocorrendo há cerca de seis meses. Portanto, observou Carvalho, a decisão de transferência dos ativos à Hydro não teve relação com a perda do consórcio da Andrade Gutierrez, Vale, CBA e Neoenergia na disputa para construir a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. "Foi há duas semanas e o negócio era enorme para ser decidido tão rápido".
A receita da Vale no setor em 2009 somou US$ 2,05 bilhões, 50% abaixo dos US$ 3,04 bilhões do ano anterior, com vendas de bauxita, alumina e metal primário. A queda se deve ao impacto da crise economica mundial, que derrubou os preços do alumínio.
O principal empecilho para o setor de alumínio no Brasil, lembrou carvalho, é a falta de competitividade no custo de energia para fabricação do metal. "É uma realidade já levada ao conhecimento do governo", informou. A Vale destacou em seu comunicado que a baixa escala e o custo de energia não competitivo foram fatores para sua decisão de deixar de ser uma empresa operadora de alumínio.
Fonte: Valor Econômico/ Ivo Ribeiro, de São Paulo
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