Dentro do "maior plano de investimento já realizado no País por uma empresa privada", segundo palavras de seu presidente, Roger Agnelli, a Vale anunciou que irá investir R$ 131 milhões no Ceará somente no próximo ano.
A quase totalidade desse montante, R$ 124 milhões, será inserida no projeto da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), do qual é acionária com uma participação de 49%. A divulgação do plano funcionou como resposta ao presidente Lula da Silva, que vinha, reiteradas vezes, fazendo críticas ao executivo, cobrando mais celeridade nos projetos siderúrgicos da empresa no País.
Com o programado, o Ceará será o segundo maior beneficiado com recursos da empresa no Nordeste, ficando atrás apenas do Maranhão, que receberá o terceiro maior volume: R$ 1,98 bilhão. De todos as 16 unidades da Federação que terão aportes da companhia, o Pará concentra os maiores dispêndios em investimento, com R$ 6,82 bilhões. Na sequência vem Minas Gerais, com R$ 2,97 bilhões.
Ao todo, incluindo a manutenção de suas operações, pesquisa e desenvolvimento (P&D) e implementação de projetos, a empresa investirá R$ 24,5 bilhões, sendo 63,3% do total (o equivalente a R$ 15,5 bilhões) a serem destinados ao Brasil.
A área de siderurgia ficará com 2,7% do bolo, isto é, R$ 652 milhões. O maior investimento no segmento, já em andamento, é usina siderúrgica da CSA, no Rio de Janeiro, com capacidade de produção anual de cinco milhões de toneladas de placas de aço, no qual a Vale tem participação acionária de 26,7%. Com a conclusão da construção dessa usina, a Vale afirma que continuará os esforços "para promover a ampliação da indústria brasileira através de três projetos de porte significativo: Companhia Siderúrgica de Ubu, no Estado do Espírito Santo, Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), no Ceará, e Aços Laminados do Pará (Alpa), no Pará, com capacidades de, respectivamente, 5, 3 e 2,5 milhões de toneladas anuais".
Em relação ao projeto cearense, a empresa cita apenas a primeira fase, na qual se trabalha no momento, que deve estar em operação em 2013.
Duplicação
Após isso, será iniciado o processo de duplicação da sua capacidade, superando, assim, a CSA e se tornando o principal projeto siderúrgico da companhia.
Novo orçamento
Com a baixa do dólar, a CSP, que antes estava orçada em cerca de R$ 10 bilhões na sua primeira etapa, agora está estimada em R$ 7,6 bilhões. Contudo, a empresa não afirma com quanto financeiramente deverá participar nesse total, já que a usina é uma joint-venture em parceria com a sul-coreana Dongkuk Steel Mill Co. "O montante do investimento da Vale dependerá de sua participação no projeto", afirma a empresa em material enviado à imprensa sobre o seu plano de investimentos. Apesar do posicionamento de indefinição da empresa, a CSP informou, através de sua assessoria de imprensa, que a Vale detém 49% das ações da usina, ficando o restante com a sul-coreana. A Vale informou ainda que o "desenvolvimento do projeto depende da conclusão do estudo de viabilidade e aprovação de seus acionistas". Apesar de já ter sido anunciado para dezembro o início das obras de terraplenagem da usina, que será instalada em uma área de cerca 1 mil hectares no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a CSP avisa que a elaboração desse estudo ainda está em andamento.
Dentro dos planos da Vale para investimentos no Ceará em 2010, ainda restam outros R$ 7 milhões para projetos no Estado. O texto enviado pela empresa não especifica como estes recursos serão aplicados.
De acordo com a assessoria de imprensa da companhia, os detalhes do plano só serão apresentados no próximo dia 29, ocasião em que será divulgado o seu balanço financeiro. (Fonte: Diário do Nordeste / SÉRGIO DE SOUSA - REPÓRTER)
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