RIO - O diretor-executivo de ferrosos e estratégia da Vale, Peter Poppinga, garantiu que os estoques de minério de ferro da companhia serão reduzidos de forma relevante nos próximos 18 meses.
Em teleconferência com analistas, o executivo explicou que, por falta de espaço na malha da ferrovia MRS - o que dificulta o transporte, sendo necessário estocar nas minas -, os estoques no Sistema Sul atingiram o volume anormal de 20 milhões de toneladas. Segundo ele, esse volume será reduzido até o normal de 5 milhões de toneladas.
A empresa tem outros 30 milhões de toneladas estocados nos portos, o que está dentro do normal.
Poppinga também disse que o Brazilian Blend, mistura de minérios que é negociada pela companhia a partir de sua base na Malásia, tem obtido um prêmio de US$ 3 por tonelada em relação às cotações do minério padrão. Poppinga explicou que a companhia consegue um prêmio maior, de cerca de US$ 9 por tonelada, na venda do minério puro de Carajás - que tem maior teor de ferro em sua composição.
O executivo observou ainda que a Vale não cortou produção em suas minas de minério de ferro no primeiro semestre do ano, mas trabalhou otimizando margens. Ele afirmou que, de janeiro a junho, a produção de minério de ferro da empresa aumentou 12% em Carajás (PA) e 5% no sistema Sul, em Minas Gerais. O sistema Sudeste, também em Minas, ficou com a produção estável em relação ao primeiro semestre do ano passado.
Para o segundo semestre, a estratégia, reafirmou Poppinga, é não vender mais produtos com alto teor de sílica, um contaminante do minério de ferro. Serão cortados 16 milhões de toneladas de produtos “silicosos”. A empresa também reduzirá as compras de minério de ferro de terceiros, em bases anualizadas, em cerca de 9 milhões de toneladas.
A soma dessas duas variáveis chega ao total de 25 milhões de toneladas, em bases anuais, que a Vale vai retirar do mercado - volume que será compensado por produções de maior qualidade em Carajás, e também em algumas minas de Minas Gerais.
“A meta de produzir 340 milhões de toneladas de minério de ferro em 2015 está mantida, mas com margens [de ganho] maiores”, disse Poppinga.
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes e Rafael Rosas
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