Manaus - A venda da produção mineral do Amazonas expandiu 52% em 2011, comparado com o volume do ano anterior. De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), as empresas produtoras do Estado faturaram R$ 211,1 milhões de janeiro a outubro de 2011 contra R$ 139,2 milhões em todo o ano passado.
O volume também está 10% acima do total vendido em 2009, R$ 191,6 milhões demonstrando a retomada da produção. Somente a Mineradora Taboca, que explora estanho (cassiterita), columbita e tantalita na mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros ao norte de Manaus), é responsável por 60% do volume total das vendas.
Desde 2008, a mineradora passa por uma reestruturação após a venda para o grupo peruano Minsur. A empresa investiu cerca de R$ 1,2 bilhão na reestruturação até agora. Em abril de 2009, a Mineração Taboca paralisou a lavra da ‘rocha sã’ e passou a trabalhar apenas com resíduos minerais ou rejeitos, o que acarretou em uma queda acentuada da produção mineral no Estado.
A mineradora anunciou que no meio do ano que vem deve retomar a produção para o mesmo nível de 2008, ano recorde em arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).
Amazonas e Rondônia são os principais Estados produtores de estanho, com cerca de 60% e 40%, respectivamente. A demanda interna por estanho metálico é formada por cinco segmentos mais expressivos da indústria: siderúrgica para fabricação de folhas-de-flandres à indústria de embalagens de alimentos e bebidas; indústria de soldas; indústria química; objetos de pewter (metal de liga leve); bronze e outros.
De acordo com o geólogo do DNPM, Gert Rodolfo Woeltje, há uma grande demanda no Amazonas por matérias-primas para a construção civil e água mineral, principalmente.
“Há um mercado crescente de água mineral no Estado enquanto o mercado internacional está interessado principalmente em ferro, alumínio e terras raras, além do nióbio, tântalo e minerais radioativos”, aponta. Esses minerais servem de matéria-prima para indústrias eletroeletrônicas e siderúrgicas.
Para este ano, o geólogo aposta em novas empresas de produção de água mineral, bauxita, silvinita e caulim. “Um projeto de mineração demanda muito tempo para começar a produzir, de três a seis anos em ambiente amazônico. Aguardamos que em 2012 tenha um crescimento no mesmo nível do ano passado, porém, com algumas novidades na produção desses minerais, especialmente a água”, destaca. Por isso, Woeltje alerta para o perigo da poluição dos rios do Estado.
“Será necessário investimentos em estações de tratamento de água nos municípios do interior para que os setores urbanos parem de despejar os dejetos nos rios e o patrimônio natural fique a salvo”, afirma.
Arrecadação de compensação tem alta
A arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) também expandiu em 2011 e passou de R$ 2,47 milhões de janeiro a outubro de 2010 para R$ 3,76 milhões no mesmo período desse ano, alta de 52%.
A exploração de cassiterita (minério de estanho), columbita e tantalita - matérias-primas utilizadas pelas indústrias de eletroeletrônicos e siderúrgicas - pela Mineração Taboca responde por 63% do volume pago em compensações. Enquanto a produção de água mineral pelas empresas Gelocrim, J.Cruz, Minalar e Santa Claudia são responsáveis juntas, por 22% do volume total pago.
Pequenas e médias mineradoras de areia e argila pagam menos de 1% (0,72% e 0,90% respectivamente). A empresa Itautinga, que explora argila, calcário, ferro e gipsita, em Manaus e Urucará, responde por 2,7% do total. As pequenas e médias mineradoras de granito localizadas em Barcelos e Presidente Figueiredo respondem por 6% do volume pago.
O CFEM é um imposto calculado sobre o faturamento líquido do produto mineral que for vendido, sendo que 65% desta arrecadação é repassado ao município onde é feita a exploração, 23% fica com o Estado de origem e 12% para a União.
Fonte:portal@d24am.com/Beatriz Gomes
PUBLICIDADE