Os embarques brasileiros de suco de laranja somaram 658,4 mil toneladas equivalentes ao produto congelado e concentrado (FCOJ) e renderam US$ 1,067 bilhão nos oito primeiros meses desta safra 2021/22, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Nacional dos Exportadores de Suco Cítricos (CitrusBR). Em relação ao mesmo período do ciclo passado, o volume caiu 1%, mas a receita cresceu 9,2%.
Em nota, a entidade, que representa Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company, as maiores exportadoras de suco de laranja do mundo, realça que a retração do volume vendido está em linha com o cenário traçado desde o segundo semestre do ano passado, quando já era claro que problemas climáticos como seca e geadas prejudicariam a oferta da fruta no cinturão que se espalha por São Paulo e Minas Gerais.
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Principais destinos
Principal destino das vendas, a União Europeia comprou 416,1 mil toneladas entre julho do ano passado e o último mês de fevereiro, 0,9% mais que nos primeiros oito meses da temporada 2020/21 e 63,3% do total. A receita dos embarques para a UE aumentou 11,3%, para US$ 682,1 milhões.
Para os Estados Unidos, as exportações registraram queda de 3% em volume, para 131,7 mil toneladas, mas crescimento de 12,7% em valor, para US$ 227 milhões. “Os dados nos mostram como nos últimos anos o suco de laranja brasileiro tem perdido competitividade no mercado americano”, diz o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, em nota.
Como já informou o Valor, um dos principais fatores que influenciam essa perda de espaço é a concorrência com o suco de laranja do México. Enquanto o produto brasileiro paga uma taxa de US$ 415 para entrar nos EUA, o mexicana é isento de tarifas.
Para a China, as exportações brasileiras de suco de laranja alcançaram 51,7 mil toneladas equivalente ao FCOJ, ou US$ 61,3 milhões — altas de 60% em volume e 57,2% em valor. E para o Japão houve queda de 1,1% no volume embarcado, para 30,2 mil toneladas, mas incremento de 15,9% na receita, que alcançou US$ 49,4 milhões.
A CitrusBR voltou a reclamar da perda de competitividade do suco brasileiro por causa de uma espécie de “imposto de exportação” criado pela Solução de Consulta nº 2, de 2019, da Receita Federal. A regra tem sido aplicada desde abril de 2019 e permite a cobrança de 34% de imposto de renda de pessoas jurídicas sobre tarifas pagas a governos estrangeiros a título de imposto de importação.
Fonte: Valor