Depois de um resultado robusto em 2018, com crescimento sustentado da receita no Brasil e no exterior, além de aumento das taxas de retorno, a WEG trabalha com um cenário de continuação da retomada da demanda por equipamentos de ciclo longo e curto, com foco no crescimento nos seus negócios maduros, como equipamentos eletroeletrônicos industriais, motores e transformadores.
Entre as áreas na qual vinha se destacando nos últimos anos, a companhia terá um desafio: o setor eólico. "Nosso 'backlog' termina no começo deste ano", disse André Luís Rodrigues, diretor superintendente administrativo financeiro da companhia, que defende novos leilões voltados para a fonte eólica. Enquanto isso não acontece, a WEG trabalha no piloto da sua nova máquina, que terá 4 megawatts (MW) de potência, uma evolução em relação às atuais, que chegam a no máximo 2,4 MW.
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"Pela nossa expectativa, no momento em que os leilões voltarem, com grande demanda por geração eólica, estaremos com a máquina nova pronta a disposição dos investidores", disse.
Ainda assim, as perspectivas da companhia são positivas para este ano. "Vamos crescer, mas com um ritmo menor do que o praticado em 2018", disse. No ano passado, a WEG teve lucro de R$ 1,33 bilhão, aumento de 17% em relação a 2017. A receita subiu 25,6% no período, para R$ 11,9 bilhões.
A companhia enxerga uma retomada gradual das encomendas para indústrias de óleo e gás, mineração e papel e celulose, principalmente em negócios no exterior. "Achamos que esses segmentos estão em processo de clara recuperação, temos boas notícias na Índia, nos Estados Unidos. Também temos capacidade de crescer na Europa em taxas melhores que as da economia local", disse. A companhia também aumentou sua capacidade de produção na China. A África do Sul é outro país na qual a WEG está apostando. A receita no exterior deve manter crescimento de dois dígitos, ajudando a compensar a desaceleração do segmento de geração eólica, por exemplo.
No quarto trimestre do ano passado, a WEG obteve lucro de R$ 335,3 milhões, alta de 12% em comparação com igual período do ano anterior. A receita, na mesma base de comparação, subiu 16,9% para R$ 3,1 bilhões. A expansão da receita foi influenciada, sobretudo, pelo aumento de 29,4% no faturamento com o mercado externo. No cenário doméstico, o crescimento foi menos acentuado, de 2,3%.
As perspectivas para o mercado doméstico, no entanto, também são positivas, com os primeiros sinais de retomada de encomendas de equipamentos de ciclo longo no país - aqueles destinados a grandes projetos industriais e de infraestrutura, com margens maiores para as fabricantes. A produção é diferente das dos produtos de ciclo curto, de menor porte e fabricados em série.
O retorno sobre capital investido (Roic) da WEG subiu de 16,6% no último trimestre de 2017 para 17,6% no fim do ano passado, aumento de 1 ponto percentual. Começamos 2018 afirmando que o foco seria em crescimento e no retorno sobre capital investido. Podemos nos dar por satisfeitos, porque entregamos crescimento robusto e retorno 1 ponto percentual maior", disse Rodrigues. Segundo ele, a expectativa da companhia é manter um desempenho bom neste ano.
Fonte: Valor