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A consolidação do polo naval

Decisão do estaleiro Promar de se instalar no complexo de Suape fortalece cadeia produtiva do setor. Empreendimento não é encarado como concorrente do Atlântico Sul, que já está em funcionamento
O anúncio da implantação do estaleiro Promar, que ocorreu ontem pela manhã, no Palácio do Campo das Princesas, consolida o Estado como um polo da indústria naval. Com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) prestes a entregar o primeiro navio, o Promar é o segundo empreendimento do tipo a se instalar em Pernambuco. E traz novos desafios: vai precisar de 1.500 trabalhadores para fazer a sua construção e 1.500 pessoas, quando entrar em operação, o que deve acontecer em um ano. O empreendimento vai gerar um investimento de R$ 300 milhões. “As obras vão começar imediatamente. Na próxima segunda-feira teremos uma reunião técnica com o Porto de Suape”, disse o presidente da STX Europe, Waldemiro Arantes Filho.
O Promar ganhou a licitação para fabricar oito navios gaseiros que foram comprados pela Transpetro, subsidiária da Petrobras que cuida da parte de logística, por US$ 536 milhões (cerca de R$ 964,8 milhões). O primeiro navio deverá ser entregue em 2012 e o último em 2014. Serão produzidas quatro embarcações para transportar 7 mil metros cúbicos de gás, duas para transportar 12 mil metros cúbicos e duas para 4 mil metros cúbicos.
O empreendimento iria para o Ceará, mas dificuldades na obtenção do terreno fizeram o empreendimento ficar em Pernambuco. A prefeitura de Fortaleza entendeu que o empreendimento ia acabar com a orla da cidade.“Foi o prazo que impediu que o Promar continuasse no Ceará. Vamos licitar mais navios e o Nordeste terá mais oportunidades de construir estaleiros”, disse o presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
Para cumprir o prazo estabelecido na concorrência, o Promar tinha que apresentar, à Transpetro, um cronograma de implantação até o dia 30 de junho e isso incluía a localização do terreno onde o empreendimento iria se instalar.
A decisão de construir o empreendimento em Pernambuco foi tomada anteontem à noite. “Conseguimos fazer a negociação em prazo recorde. A disponibilização do terreno e a primeira licença ambiental ocorreram em menos de duas semanas”, comentou Arantes Filho.
As negociações para o estaleiro se instalar em Pernambuco foram iniciadas há cerca de 10 dias, depois que as autoridades cearenses informaram que não ficariam com o empreendimento. “Não alimento esse tipo de disputa. Temos que trabalhar para unir o Nordeste. Vão vir outros estaleiros para Suape, para o Ceará e para a Bahia”, comentou o governador Eduardo Campos (PSB).
O governo do Estado se comprometeu a fazer a dragagem para o estaleiro. Ele vai se implantar numa área de 80 hectares, próxima ao EAS, que está fazendo o acabamento do seu primeiro navio em Suape. “O EAS está num nicho de mercado, o Promar em outro”, explicou Arantes, acrescentando que o primeiro vai construir grandes petroleiros e o segundo vai fabricar navios para transportar gás.
Sócio da JPMR, Paulo Haddad afirmou que a vinda de outro estaleiro vai dividir custos e usar um pouco da estrutura que já existe, como por exemplo, o centro de treinamento de mão de obra para fazer a capacitação dos trabalhadores. O local foi usado para capacitar os trabalhadores do EAS. A JPMR possui 49,5% de participação no Promar e os outros 50,5% são da empresa coreana STX Europe, que atua na construção de navios e de equipamentos para a indústria do petróleo. A JPMR também possui 10% do capital do EAS.

Fonte: Jornal do Comercio (PE)/Angela Fernanda Belfort/Felipe Lima






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