O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Naval do Pará (Sinconapa), Fábio Vasconcellos, avalia que a importação mundial de grãos continuará crescendo nos próximos 10 anos e metade desta demanda será suprida pelo Brasil, principalmente pela produção no Centro-Oeste com o escoamento pelos portos do corredor Norte. Segundo ele, a indústria naval fluvial, principalmente na região Norte, tem se mantido aquecida nos últimos anos com o desenvolvimento do corredor de exportação de grãos pelo Arco Norte.
As afirmações foram feitas durante sua palestra “A Indústria Naval como Fator de Competitividade para o Agronegócio” no Trans 2018, o 7º Congresso e Feira Internacional de Transporte e Logística Sustentável da Amazônia, realizado em Belém (PA).
PUBLICIDADE
O dirigente do Sinconapa, que é também diretor comercial do Estaleiro Rio Maguari, sediado em Belém, enfatiza que a perspectiva será positiva para os próximos anos, desde que os investimentos em infraestrutura em andamento sejam concluídos, principalmente a conclusão do asfaltamento da BR-163, seguida da concessão do trecho norte à iniciativa privada, o derrocamento do Pedral do Lourenço, no Rio Tocantins e a efetiva implantação da Ferrogrão.
“A concentração do transporte de cargas no modal rodoviário, que responde por 63% do transporte nacional de cargas em geral, é economicamente ineficiente e estrategicamente equivocada para o país. É fundamental a implantação das metas previstas no último Plano Nacional de Logística, com o aumento significativo da participação dos modais de transporte ferroviário, hidroviário e de cabotagem, com uma maior eficiência energética, menor emissão e economicamente mais vantajoso. Neste sentido, o desenvolvimento maior do transporte hidroviário e de cabotagem contribuiria não apenas para a recuperação da indústria naval, mas para a recuperação econômica do país como um todo”, diz Vasconcellos.