Cerca de metade da receita da empresa no Brasil provém de serviços para a indústria petrolífera, como classificação de plataformas de extração e navios. Mas para Eduardo Camargo, vice-presidente do grupo para a América Latina, os serviços voltados para outros produtos ou serviços podem ganhar espaço. Dentre eles estão análises de commodities, inspeção de cargas para exportação e importação e consultoria para aumento de qualidade de bens de consumo. O executivo observa que, em breve, a exportação de produtos manufaturados, máquinas e equipamentos ganhará força no Brasil e os testes que a empresa faz ajudarão os exportadores a ganhar competitividade lá fora. Segundo Camargo, a aposta do Bureau Veritas é que a demanda para vender no exterior esse tipo de produto já existe. “Não faz sentido alguém fazer um grande investimento em uma fábrica ou num estaleiro, para construir plataformas, navios, para fornecer para uma única empresa, que é a Petrobras”, diz. A estatal detalhou, há duas semanas, um plano de investimentos de US$ 236,5 bilhões até 2016.
PUBLICIDADE
Enquanto o crescimento orgânico global do Bureau Veritas no primeiro trimestre foi de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado, no Brasil a expansão foi de cerca de 13%. Para Camargo, um aumento da exportação de manufaturados, junto com os negócios relacionados à Copa do Mundo (2014) e à Olimpíada (2016) poderão fazer a operação brasileira crescer a uma taxa bem maior pelos próximos cinco anos. “Nós sentimos a crise”, avalia Camargo.
O trabalho de uma certificadora é verificar se um produto ou serviço está de acordo com determinada regra. No Brasil, a elaboração desse tipo de norma é feita exclusivamente pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O que cabe às empresas de certificação autorizadas é verificar se os padrões são seguidos.