A ANP (Agência Nacional do Petróleo) ainda está analisando o Plano de Desenvolvimento do campo de Tubarão Azul, na bacia de Campos, único campo em produção no mar da OGX, mas que está sem produzir desde agosto.
OGX estimou 1,5 bi de barris para campo de petróleo que nunca produziu
A agência pediu à OGX um novo plano para o campo em julho de 2012, depois de comprovar que a curva de produção do campo não correspondia à realidade. O plano que está sendo avaliado foi entregue em abril deste ano.
A informação sobre as divergências na curva de produção da empresa não foi tornada pública na época, o que só veio a ocorrer em julho deste ano, quando a própria OGX assumiu em fato relevante que poderia parar a produção do campo de Tubarão Azul ao longo de 2014.
A ANP descartou pedir novas informações à empresa por conta de um relatório divulgado pela Folha, no domingo (3), que indicava que a diretoria da OGX já sabia há um ano dos problemas nos campos da companhia na bacia de Campos.
"Em relação às informações prestadas à ANP, não foi encontrada nenhuma irregularidade à legislação vigente", afirmou a ANP em nota.
Em julho do ano passado, a OGX já havia informado que o campo de Tubarão Azul não iria produzir 15 mil barris diários por poço, como previsto inicialmente. A companhia reduziu a projeção para 5.000 barris, o que foi parcialmente atingido até agosto deste ano, quando a produção foi interrompida por problemas operacionais.
Segundo a agência, "a ANP não tem responsabilidade sobre o que as empresas de petróleo divulgam. As informações de produção por campo e empresa podem ser verificadas mensalmente pela sociedade no site da ANP", explicou.
A ANP analisa as informações prestadas no âmbito dos boletins, planos e programas estabelecidos na legislação vigente, segundo a agência. As informações, acrescenta, podem mudar conforme o avanço do conhecimento do campo que ocorre durante a produção dos reservatórios e com a perfuração de novos poços.
A ANP só irá pedir de volta os campos da OGX se a empresa ficar inadimplente em relação aos contratos de concessão firmados, o que não ocorreu até o momento. A inadimplência se dá pelo não cumprimento dos investimentos ou pela comprovação que as garantias concedidas para executar os planos de desenvolvimento não são válidas.
A OGX deu como garantia para os blocos adquiridos na 11ª rodada de licitações da ANP, realizada em maio, o petróleo que será produzido no campo de Tubarão Martelo, na bacia de Campos. O Plano de Desenvolvimento de Tubarão Martelo foi aprovado com condições pela agência.
Entre as condições está a determinação para que, até o fim de 2014, a operadora apresente uma revisão dos planos de produção. A reavaliação terá que incluir "a atualização dos modelos geológicos e de simulação, bem como a apresentação de novas estimativas de produção e reservas a partir da modelagem atualizada, e dos dados reais de produção", conforme a ata da reunião da diretoria da ANP na época.
Segundo a OGX, Tubarão Martelo começará a produzir no final deste ano e é a aposta da empresa para voltar a gerar receita e com isso evitar a falência da companhia durante a recuperação judicial decretada na semana passada.
Fonte: Folha de São Paulo/DENISE LUNA
DO RIO
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