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Após longa briga, Samsung deixa EAS com R$ 40 milhões

Enquanto prosseguem as negociações para entrada de um novo sócio estratégico no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), surgem detalhes que levaram ao rompimento dos atuais sócios - Camargo Corrêa e Queiroz Galvão - com a coreana Samsung, definido na quinta-feira. Segundo executivos do setor, os problemas entre os sócios brasileiros e a coreana se agravaram a partir de meados de 2011, quando a Samsung passou a protelar a entrega dos projetos das sete sondas de perfuração de águas ultraprofundas que o EAS ganhou em licitação internacional.

A Samsung tinha dois papéis no estaleiro: sócio e consultor técnico. Como consultor, a tarefa era a de acompanhar os trabalhos no EAS, uma obrigação contratual com a Sete Brasil, dona da encomenda das sondas. A demora em fornecer os desenhos e os projetos detalhados das sondas foram fatores determinantes para a saída da coreana do EAS, na avaliação de executivos do setor naval.

Estimativas de mercado indicam que os 6% que os coreanos tinham no EAS podem ter sido precificados em R$ 40 milhões. O valor equivale a 2% do investimento total no estaleiro, de cerca de R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão financiado pelo BNDES com recursos do Fundo da Marinha Mercante, fonte de apoio de longo prazo da construção naval e offshore.

Em setembro de 2011, os coreanos argumentaram que precisavam de autorização do governo da Coreia do Sul para transferir a tecnologia. Desconfiou-se que a Samsung não tinha intenção de apoiar a construção de sondas no Brasil. O grupo havia ganho 45 dias para resolver o assunto e, ao fim desse prazo, respondeu que tinha chegado a um entendimento com o governo coreano, mas que tinha de fazer as duas primeiras no país.

Segundo uma fonte, houve tensão entre as empreiteiras controladoras do EAS porque, em determinado momento, a Queiroz Galvão teria considerado a necessidade de substituir os coreanos por outro parceiro tecnológico, enquanto a Camargo insistia nas negociações com os coreanos. "Não houve briga e sim diferenças de opiniões".

Em 30 de novembro, o EAS recebeu 60 dias para resolver o problema com seu consultor técnico. Em dezembro, o estaleiro começou a trabalhar em duas frentes: tentar uma solução com o sócio e provedor da tecnologia e buscar um novo parceiro. Foi a partir daí que começaram as conversas com as japonesas Mitsui e Mitsubishi. Em janeiro, a Samsung hasteou a bandeira branca. Nesse meio tempo, os coreanos tinham sido diluídos para 2% por não acompanharem os aumentos de capital no EAS. Essa participação não garantia nem direito de assento no conselho. Segundo as fontes, o estaleiro encontra-se dificuldades para cumprir compromissos com fornecedores.

A Samsung terminou elevando sua fatia para 6% (no início era 10%) e assinou acordo dizendo que assumiria a administração do estaleiro. Assim, trariam 110 técnicos para o EAS e elevariam a participação para 30% em dois anos e meio e até 49% em cinco. Mas, na semana passada, voltaram atrás e disseram que as condições acordadas eram somente uma intenção e queriam 90 dias para avaliar se ficariam mesmo. Sem o prazo, saíram do negócio.

Fonte: Valor Econômico/Por Cláudia Schüffner e Francisco Góes | Do Rio






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