Atlântico Sul vence licitação de sondas para Petrobras

O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) deu um passo importante, ontem, para construir as primeiras sondas de perfuração de poços de petróleo encomendadas no Brasil pela Petrobras. A empresa, com sede em Suape (PE), ofereceu US$ 4,65 bilhões para construir um lote de sete navios-sonda, US$ 664,2 milhões em média por unidade. A proposta do estaleiro ficou 0,64% abaixo do preço de US$ 4,678 bilhões apresentado pelo consórcio Alusa e Galvão Engenharia.

A oferta do EAS surpreendeu os demais participantes da licitação e situou-se abaixo da expectativa do mercado, que previa preço médio por sonda na faixa de US$ 800 milhões. O fato de ter apresentado o melhor preço não significa que há garantida de construir as sondas. "Diria que o preço é 90% do caminho andando", comparou um executivo que participou da licitação.

No mercado, ontem, uma das avaliações foi de que agora será importante que a estatal indique quantos lotes de sondas pretende construir. Na licitação para construção dos equipamentos, as empresas trabalharam com um cenário de até 28 unidades, ou seja, quatro lotes com sete sondas cada um. Um executivo disse que a Petrobras poderá garantir a construção do primeiro lote de sete plataformas com o EAS e negociar os lotes restantes, tentando reduzir os preços. A expectativa é de que a Petrobras convoque os ofertantes para tentar reduzir mais os preços.

O EAS não quis se manifestar. Angelo Bellelis, presidente do EAS, disse ao Valor: "Estamos contentes [com o resultado], mas será preciso esperar os próximos passos." O gestor de empreendimentos Offshore da Queiroz Galvão, Guilherme Ferreira Pinto, disse acreditar que a Petrobras ainda vai convocar representantes do estaleiro para negociar o preço. A Queiroz Galvão é sócia do EAS ao lado de Camargo Corrêa e da Samsung.

Um representante do consórcio formado por Alusa e Galvão disse que ainda tem esperanças de que a Petrobras contrate ao menos dois lotes dos quatro requisitados, o que incluiria a empresa entre os ganhadores.

O EAS tem em carteira 22 navios para a Transpetro e a construção do casco da plataforma P-55 para a Petrobras. Para fazer as sondas, o estaleiro terá de fazer investimentos na área offshore. Depois do EAS e Alusa-Galvão, a terceira proposta foi da Keppel Fels, com US$ 5,172 bilhões; e a quarta com Jurong, com US$ 5,178 bilhões. Em quinto lugar ficou o consórcio Odebrecht, OAS e UTC, com US$ 5,311 bilhões; em sexto, Eisa Alagoas (US$ 5,492 bilhões), e em sétimo Andrade Gutierrez (US$ 5,768 bilhões).

O EAS ficou bem colocado em outra licitação de sondas cujas propostas também foram abertas ontem. Nesse caso, a estatal pediu que os estaleiros apresentassem ofertas comerciais para a construção de uma sonda monocoluna, uma semi-submersível ou um navio-sonda. O EAS apresentou o menor preço nessa licitação, de R$ 719,02 milhões, para a construção de um navio-sonda. Mas se a estatal optar por contratar outro modelo , o EAS não levaria a obra. O segundo menor preço foi da Keppel Fels, de R$ 748,88 milhões, para uma sonda semi-submersível.

Na visão de um empresário do setor, a contratação dos lotes restantes na licitação das 28 sondas vai depender do número de plataformas que a estatal decidir alugar de operadores. Também ontem a Petrobras recebeu as propostas de licitação para o afretamento (aluguel) de quatro sondas de perfuração. No entanto, a classificação das empresas só deve ser divulgada na próxima semana, pois as propostas comerciais incluem a taxa diária de afretamento, referente à prestação de serviço, e uma taxa de mobilização, relacionada ao aluguel do equipamento.

O leilão foi dividido em dois lotes. O primeiro é voltado para navios-sonda, e o segundo para sondas semi-submersíveis. No primeiro lote, a Etesco apresentou a menor taxa diária para o afretamento, de US$ 648,333 mil, e uma taxa de mobilização de US$ 25,933 milhões. A Etesco também apresentou a proposta mais baixa para o segundo lote, referente às sondas semi-submersíveis, com taxa diária de US$ 639,99 mil e taxa de mobilização de US$ 25,599 milhões.

Em nota, a Petrobras informou que "as comissões de licitação irão avaliar todas as propostas para dar continuidade aos processos e posteriormente divulgar o resultado final".

Fonte: Valor Econômico/Juliana Ennes e Francisco Góes | Do Rio

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