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Bacia de Campos enfrenta queda na produção de óleo

Campos antigos e atrasos na entrada de novos sistemas afetam resultado

Produção, que foi de 1,744 milhão de barris ao dia em janeiro, chegou a cair para 1,612 milhão em julho

Principal área produtora de petróleo no Brasil, a bacia de Campos enfrenta problemas para manter em alta a sua produção. Declínio mais acelerado de campos antigos, atraso na entrada de novos sistemas de produção e problemas na manutenção de plataformas da Petrobras fazem com que a produção oscile constantemente, com viés para baixo.
Em 2010, a produção na bacia teve a primeira queda em oito anos, para 1,676 milhão de barris/dia em média, ante 1,693 milhão em 2009. Nos anos anteriores, a produção na região crescia significativamente.
Neste ano, de janeiro a setembro, a produção segue, na média, no mesmo patamar, em 1,673 milhão de barris. No entanto, nos últimos meses há uma queda abrupta. Em janeiro, a produção em Campos chegava a 1,744 milhão de barris/dia. Chegou a cair para 1,612 milhão de barris/dia em julho e 1,615 milhão de barris diários em agosto. No mês seguinte, teve leve recuperação, para 1,654 milhão de barris.
A Petrobras minimiza os números e diz que a variação negativa é insignificante e que pode ser encarada como estabilidade. Sustenta que essas variações são normais na indústria do petróleo. Ao todo, 54 plataformas estão instaladas na bacia de Campos. São 17 unidades com mais de 20 anos de operação, e outras 12 que já passaram dos dez anos de produção.
Desde 2004, a Petrobras instalou 15 novas plataformas na região. Algumas enfrentam entraves operacionais. É o caso da P-50, no campo de Albacora Leste, e do navio-plataforma Capixaba, instalado no Parque das Baleias, cujos problemas no funcionamento de compressores interferiram no desempenho dos últimos meses. A P-50, por exemplo, cuja capacidade total é de 180 mil barris/dia de petróleo, produziu, em julho, apenas 49 mil barris por dia, em média.

MANUTENÇÃO
Além de problemas operacionais, cresceram casos de falha de manutenção nas unidades de produção, especialmente nas mais antigas. O Ministério do Trabalho intensificou a fiscalização e chegou a interditar plataformas, como a P-20 e a P-35. Outro fator é a perda de produtividade com o passar dos anos. Campos de petróleo com mais de 15 anos de produção têm declínio médio de 10% ao ano.
Em alguns casos, no entanto, a queda de produtividade vem sendo mais acelerada do que o esperado, e esse declínio chega a atingir 20% por ano em determinadas áreas.
A Petrobras diz que essa perda de produtividade é inferior à média mundial, que fica em torno de 18%. A empresa enfrentou atrasos na entrada em operação de novas plataformas.
"Há pressão política forte para que a Petrobras compre tudo no Brasil. A indústria local não dá conta. O conteúdo nacional atrasa alguns projetos", diz Rafael Schechtman, consultor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).

Fonte: Folha de São Paulo/CIRILO JUNIOR/DE SÃO PAULO






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