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Navalshore

Batimento de quilha da fragata Tamandaré ocorre nesta sexta-feira (24)

Lançamento da primeira unidade da classe deve ocorrer em meados de 2024, com entrega para a Marinha do Brasil no final de 2025. Corte da chapa do casco da segunda fragata está previsto para acontecer ainda em 2023

A Marinha do Brasil e a sociedade de propósito específico (SPE) Águas Azuis realizam, nesta sexta-feira (24), o batimento de quilha da fragata classe Tamandaré. Esta etapa de construção foi caracterizada pelo posicionamento, no seu local de edificação, de um bloco estrutural que pesa aproximadamente 52 toneladas e corresponde a uma das praças de máquinas do navio, onde serão instalados dois motores, engrenagem redutora e diversos equipamentos auxiliares. A cerimônia ocorrerá no thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí (SC), onde as embarcações militares estão em construção.

O batimento ocorre tradicionalmente quando a quilha, a “espinha dorsal” da embarcação, é concluída, possibilitando a estruturação das demais partes. A força naval, porém, destacou que a evolução da engenharia e os modernos processos de produção adotados no Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT) permitem que os navios sejam edificados em blocos.

A Marinha avalia que o atual modelo construtivo, que prevê a produção em blocos para serem edificados posteriormente, oferece vantagens em relação ao modelo antigo. Uma delas é a possibilidade de instalar acessórios e fundações de forma antecipada, além de facilitar a colocação de equipamentos a bordo e possibilitar trabalhos em diversos estágios de maneira segregada em cada unidade. O processo, de acordo com a Marinha, também aumenta a segurança dos colaboradores, por manter espaços abertos por mais tempo durante a construção.

A força naval acrescentou que as inovações envolvidas no PFCT se estendem por toda a cadeia produtiva. O estaleiro implementou uma metodologia para projetos de engenharia batizada de “Paperless”, que consiste em eliminar o uso de desenhos em papel na linha de produção das fragatas, transformando-os em arquivos digitais. Projetos desse porte, historicamente, eram desenvolvidos a partir de uma grande quantidade de documentos impressos, como desenhos, procedimentos e manuais, que demandam muitas cópias e atualizações recorrentes. Para a Marinha, a medida amplia a segurança das informações contidas nos documentos, devido à confidencialidade exigida em um projeto militar e ao meio ambiente.

A Marinha considera que o cronograma do PFCT avança dentro do planejamento, apresentando atualmente uma evolução em 34% de sua totalidade. Para as próximas etapas, está prevista a edificação do bloco que forma a outra praça de máquinas da fragata, com o posicionamento dos equipamentos e motores no local. Na sequência, os blocos edificados completarão as estruturas centrais do navio.

Das mais de 50 unidades estruturais que compõem a sequência construtiva da primeira fragata da classe Tamandaré, cerca de um quarto está em processo de montagem estrutural na thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul, e outras já estão cortadas e conformadas, com painéis e submontagens finalizadas. Em relação à qualificação do pessoal que será responsável pela manutenção dos sistemas do navio, foram concluídas, até o momento, cerca de 50% das atividades sobre engenharia de sistemas e apoio logístico integrado.

O lançamento da Fragata Tamandaré está estimado para meados de 2024 e a sua entrega para a Marinha do Brasil no final de 2025. O corte da chapa do casco da segunda fragata classe Tamandaré está previsto para acontecer ainda em 2023. O PFCT, conduzido pela Marinha do Brasil desde 2017, é gerenciado pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron) e executado pela SPE Águas Azuis, composta pelas empresas thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa & Segurança e Atech.

O projeto naval prevê a construção, em território nacional, de quatro navios de guerra de alta complexidade tecnológica. As embarcações devem atingir capacidade operacional para proteger as águas jurisdicionais brasileiras (AJB), gerando transferência de tecnologia e licença perpétua, e promover a indústria local e a construção naval no país. A Marinha do Brasil prevê que o programa, como um todo, possa gerar cerca de 2.000 empregos diretos e 6.000 indiretos.

A expectativa de taxas de conteúdo local é superar os 30% para o primeiro navio e os 40% para os demais. O escopo prevê que thyssenkrupp fornecerá a tecnologia naval de sua comprovada plataforma de construção de navios de defesa da Classe Meko, que já opera em 15 países. A Embraer integrará sensores e armamentos ao sistema de combate. A Atech, empresa do grupo Embraer especializada em engenharia de sistemas para aplicações de defesa, será a fornecedora do CMS (Combat Management System) e do IPMS (Integrated Platform Management System, da L3 MAPPS) e receptora de transferência de tecnologia em cooperação com a Atlas Elektronik, subsidiária da thyssenkrupp Marine Systems que produz o CMS e sistemas de sonar.

A classe Meko®, da thyssenkrupp Marine Systems, já é utilizada em mais de 80 embarcações em operação em marinhas de 15 países, entre os quais: Portugal, Grécia, Austrália, Argentina e Argélia. O conceito Meko de design modular facilita a integração local e a transferência de tecnologia, ajudando a reduzir os custos de manutenção e modernização. Segundo a thyssenkrupp, a classe Meko® é um navio-escolta para águas azuis com qualidades excepcionais de autonomia e robustez.

Em junho de 2022, foi concluído um protótipo da seção do compartimento da praça de máquinas, empregado para a qualificação de diversos processos referentes à fabricação das embarcações. Em setembro do mesmo ano foi realizado o corte da chapa do casco da primeira fragata classe Tamandaré, considerado o marco principal do início da fase de construção.

O CEO da thyssenkrupp Marine Systems, Oliver Burkhard, disse, em nota, que serão fornecidas à Marinha do Brasil fragatas de última geração, que reúnem o que há de mais avançado em tecnologia naval, inovação e capacidade robusta de combate. Também em nota, o diretor-geral do material da Marinha, almirante de esquadra Bettega, ressaltou que o PFCT é estratégico para a força naval e para a soberania do país, agregando modernidade tecnológica, otimização da produção e aumento da segurança dos colaboradores e das informações.


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Para a cerimônia de batimento de quilha estão previstas as presenças do ministro da Defesa, José Mucio; do comandante da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen; além de autoridades civis e militares do Ministério da Defesa, da Marinha do Brasil e da indústria naval.






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