Mercado Acionário: Lupatech, Confab e Usiminas estariam entre empresas beneficiadas com investimentos da estatal .
Quem deseja surfar na onda do pré-sal, mas teme a volatilidade dos papéis da Petrobras, tem como opção ações de companhias que fornecem equipamentos e serviços para a estatal. No topo da lista das indicações dos analistas ouvidos pelo Valor estão os papéis ordinários (ON, com voto) da Lupatech, que produz válvulas e equipamentos para a indústria de petróleo.
A companhia deve ser uma das mais favorecidas pelo projeto de investimento da Petrobras, de mais de R$ 200 bilhões, nos próximos anos, ressalta Pedro Galdi, chefe de análise da SLW Corretora. "E há uma programação grande de encomendas para a exploração do pré-sal", afirma.
Ele lembra que a Lupatech já anunciou este mês acordos com a Petrobras que devem trazer receita de R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos. Em 2009, serviços e produtos para o setor de petróleo e gás representaram 70% da receita líquida consolidada de R$ 555,2 milhões da Lupatech. Apesar da perspectiva positiva para a companhia, Galdi recomenda manutenção para as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da Lupatech - ou seja, o acionista não deve vender o papel. Quem não tem a ação, contudo, deve continuar de fora. O preço justo da ação para o fim do ano é de R$ 32,18, o que embute um potencial de alta de 33,52% em relação ao fechamento de ontem, a R$ 24,10.
Embora veja a Lupatech como a empresa em bolsa que mais pode se beneficiar dos investimentos no pré-sal, Clodoir Vieira, economista da corretora Souza Barros, também recomenda apenas manutenção dos papéis da empresa. O preço-alvo é estimado em R$ 29,90 - potencial de alta de 24%. "O papel é promissor, mas no curto prazo jã não há tanto espaço para valorização", diz.
Além da Lupatech, quem também deve se beneficiar diretamente do plano de investimentos da Petrobras é a Confab, que produz tubos de aço. No mês passado, por exemplo, a empresa fechou contrato para fornecer tubos de aço para poços e refinarias da Petrobras no valor de R$ 780 milhões.
Entre as companhias sem ligação direta com a Petrobras, mas que também devem ganhar com o pré-sal, o destaque é a Usiminas. Galdi, da SLW, lembra que a siderúrgica é produtora de chapas de aço grossas, com condições técnicas para suportar pressões em águas profundas. Ele comenda compra para ação preferencial (PN, sem direito a voto) da Usiminas, com preço justo de R$ 65,73, potencial de alta de 39%, ante o fechamento de ontem.
O investidor deve estar atento também a companhias sem ligação com a cadeia produtiva do petróleo, ressalta Mônica Araújo, analista-chefe da Ativa Corretora. Ela cita o exemplo da incorporadora Brookfield, que pode desenvolver um projeto residencial e comercial em Maricá (RJ), na região da Bacia de Campos.
A analista ressalta, contudo, que os investidores não devem esperar ganhos rápidos com companhias ligadas a Petrobras. "É difícil mensurar todo o impacto do pré-sal nos resultados das empresas agora", afirma. "Hoje a percepção é mais qualitativa, não quantitativa."
Fonte: Valor Econômico/ Por Antonio Perez, de São Paulo
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