Brasil já foi segundo maior fabricante de grandes navios

O simbolismo marcado com o primeiro petroleiro do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) pode ser explicado por meio de uma breve retrospectiva, passando pelas décadas de 1960 e 1970, período de ouro da indústria brasileira de navios, e nos anos 80, quando houve o declínio do polo naval. “O Brasil chegou a ser o segundo fabricante de embarcações de grande porte no mercado mundial. Eram demandas de conveniência de outros navios e de carga em geral”, relata o engenheiro construtor da área de petróleo (navios petroleiros), gás, plataforma e offshore, Eduardo Rappel.
De fato, a crise emergiu na década de 80 em função da crise do petróleo. O preço do líquido disparou em níveis alarmantes, pois a demanda teria ficado elevada demais para uma pequena produção. “E o navio consome óleo combustível. Com isso, houve queda na procura por transporte marítimo”, explicita o engenheiro. No fim dos anos 70, surgiram os contêineres, que otimizou expressivamente o potencial dos navios para suportar cargas.
Anteriormente, os carregamentos ficavam dentro do porão e de forma irregular, ocupando muito espaço. Com o contêiner, o porão e a parte de cima do convés eram aproveitados inteiramente. “Isso fez a demanda por embarcações cair quase pela metade, fazendo uma revolução brutal no setor. Estaleiros do mundo todo - como na Itália, na Noruega e em Portugal - fecharam as portas”, conclui. O cenário ficou crítico de vez com a mão de obra barata e a tecnologia nova dos asiáticos - leia-se Japão, Coréia e China. O processo de construção de navios estava bem mais ágil em termos de prazo e acessível pelo preço. Os cursos de engenharia naval e as fábricas de hélices e de motor chegaram à exaustão.
Agora, no Brasil, o carro-chefe da indústria naval é o petróleo. A prioridade passa a ser o pacote que surge graças ao pré-sal. Reinicia-se um ciclo que já rendeu lucros generosos e milhões empregos.
Fonte: Folha de Pernambuco



Yanmar

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