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Brasil terá maior alta na oferta de petróleo entre os países fora da Opep em 2017

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) previu em relatório mensal divulgado nesta terça-feira, 9, que a maior elevação da oferta da commodity em 2017 entre os países que não fazem parte do cartel será do Brasil. O País deve registrar um incremento de 250 mil barris por dia (bpd), para 3,4 milhões de bpd. Na sequência, as elevações de mais destaque previstas para este ano virão dos Estados Unidos (240 mil bpd), Canadá (180 mil bpd), Cazaquistão (140 mil bpd), "outros" países da África (40 mil bpd) e Congo (30 mil bpd).
Foto: Karen Bleier/AFP

A produção brasileira vai, portanto, na contramão da estratégia do cartel de diminuir a oferta para tentar estancar a queda dos preços que durou mais de dois anos. Um pacto de redução de 1,2 milhão de barris por dia foi feito entre os países membros no fim do ano passado para entrar em vigor em 2017. Alguns produtores que não fazem parte da Opep também aderiram ao corte. Na sexta-feira, a AIE considerou que 90% do acordo está sendo cumprido. Entre os maiores declínios de produção previstos no documento divulgado hoje para este ano estão China, México, Rússia, Colômbia, Omã, Azerbaijão, Noruega e Indonésia.


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Em relação aos países em desenvolvimento, a estimativa da Opep é que a redução da oferta em 2016 tenha sido de 60 mil bpd na comparação anual, para uma média de 12,13 milhões de bpd - a projeção feita anteriormente era de 20 mil bpd. "A principal razão para essa contração foi a menor produção na América Latina em comparação com os últimos anos", considerou a entidade no relatório. Em outro trecho do documento, a Organização diz: "Na América Latina, a oferta total de petróleo foi decepcionante, depois de uma queda notável no resultado anual brasileiro em comparação com o ano anterior, bem como um maior declínio anual na Colômbia".

A expectativa do cartel é a de que a oferta da commodity este ano entre os países que não fazem parte da Organização cresça 240 mil bpd, um aumento de 20 mil bpd em relação ao documento anterior, em função, principalmente dos Estados Unidos por causa da elevação dos preços.

No caso brasileiro, a Opep projeta uma produção crescente ao longo do ano, com uma média de oferta de 3,3 milhões de bpd no primeiro e no segundo trimestres do ano; de 3,4 milhões de bpd no terceiro, chegando a 3,5 milhões de bpd nos últimos três meses de 2017. Se as previsões do cartel se confirmarem, haverá um novo incremento da produção local, que foi estimada hoje em uma média de 3,15 milhões de bpd no ano passado, o que já representou uma elevação de 80 mil barris por dia ante 2015.

A produção líquida total brasileira em dezembro subiu 70 mil bpd ante novembro, para uma média de 3,33 milhões de bpd. "A Petrobras, após a criação de três unidades de produção em 2016 e, mais recentemente, na Cidade de Caraguatatuba, dará início a mais quatro plantas: Tartaruga Verde e Mestiça, Lula Norte (P-67), Lula Sul (P-66) e Libra", citou a entidade. A produção de petróleo deverá aumentar em 250 mil bpd, para uma média de 3,4 milhões de bpd, quando esses projetos se materializarem ainda este ano, segundo o relatório.

Para 2017, a Organização prevê que a oferta do produto entre os países em desenvolvimento cresça 160 mil bpd, para uma média de 12,29 milhões de barris por dia, um aumento ante a projeção anterior de 12 milhões de bpd. "A região chave para o crescimento deverá ser a América Latina, com incremento 170 mil bpd, principalmente do Brasil, para uma média de 5,29 milhões de barris por dia", destacou. Em menor grau, conforme o documento, o resultado será influenciado pela África, que deve ampliar em 70 mil barris por dia sua produção (2,18 milhões de bpd). Já a Ásia deve registrar queda na oferta de 40 mil bpd, para uma média de 3,58 milhões de barris por dia.

Economia. A Opep manteve a projeção de que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá 0,4% em 2017 no documento divulgado hoje, o qual cita o País 31 vezes. A entidade enfatizou que o superávit comercial nacional subiu de US$ 900 milhões em janeiro de 2016 para US$ 2,7 bilhões no mês passado, o melhor resultado no início de um ano desde 2006, e que foi fruto de elevação de 18% das importações e de 32,6% das exportações, com destaque para a venda de minério de ferro e soja para a China.

O relatório salientou que o real teve valorização de 4,6% em janeiro e que a inflação foi inferior a 7% no ano passado pela primeira vez desde 2014 (6,6%), o que abriu espaço para a queda da taxa básica de juros, atualmente em 13,00% ao ano. Já sobre o mercado de trabalho, foi registrado o aumento da taxa de desemprego em dezembro para o nível recorde de 12%.

Desde meados do ano passado, a Opep já previa que, após dois anos de recessão, o Brasil seria o principal destaque da produção este ano entre os países que não fazem parte da Opep. No fim da semana passada, a Agência Internacional de Energia (AIE) também deu destaque à produção doméstica e avaliou que, assim como no Canadá, o aumento da oferta local se daria por causa da maturação de investimentos de longo prazo que começaram a entrar em operação agora.

Em dezembro de 2016, a previsão da Organização já era a de que o Brasil incrementaria sua produção este ano em 250 mil bpd, para 3,4 milhões de bpd - seis meses antes era de 260 mil bpd.

Fonte: Estadão






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