Banco antecipa verba com base nos contratos que empresas têm com petroleira
Instituição quer usar experiência no crédito habitacional para atender a cadeia no entorno da Petrobras
DO RIO - O petróleo é a nova aposta da Caixa Econômica Federal. O banco, cujas operações estão concentradas no mercado de habitação, criou, neste ano, uma superintendência para o setor, que deve concentrar o maior volume de investimentos no país nos próximos anos com o desenvolvimento da camada pré-sal.
A Caixa participa pela primeira vez, no Rio, a partir de hoje, da Rio Oil and Gas, uma das principais feiras do setor em todo o mundo.
No evento, vai lançar um produto para os fornecedores da Petrobras: o banco vai antecipar o fluxo de caixa das empresas, usando como garantia o que elas têm a receber no futuro, baseado nos contratos com a estatal.
"Estaremos com mais de cem gerentes na feira. Vamos pagar as operações já performadas e vamos oferecer taxas de juros que variam de 0,8% a 1,6% ao mês, dependendo da negociação com a empresa", afirma o superintendente de petróleo e gás do banco, Edalmo Rangel.
Normalmente, o BNDES e o Banco do Brasil são as instituições que mais emprestam para o setor, com juros entre 1% e 2% ao mês.
Criada em fevereiro, a superintendência já liberou R$ 1 bilhão para fornecedoras da Petrobras. Até o fim do ano, a estimativa é que esse montante seja duplicado.
Rangel diz que os negócios com petróleo e gás terão participação significativa nos resultados futuros da Caixa.
Segundo ele, a instituição sempre atuou prioritariamente no varejo, mas está em busca de outros setores para "ganhar escala".
"Cerca de 75% dos investimentos industriais serão para setores como o de petróleo e seus derivados e o siderúrgico. O nosso foco é atender a cadeia formada no entorno da Petrobras, especialmente as pequenas e médias empresas", diz Rangel.
Para o banco estatal, uma pequena empresa tem faturamento de até R$ 7 milhões anuais. As médias têm receita bruta de R$ 7,1 milhões a R$ 60 milhões.
A Caixa quer usar sua experiência no crédito habitacional para fomentar o desenvolvimento de áreas próximas às grandes obras ligadas ao setor que estão sendo construídas.
Até 2011, serão abertas 20 agências em polos de atuação do setor de petróleo e gás, próximos a empreendimentos como o Comperj (RJ) e o complexo de Suape (PE).
Fonte: Folha de S.Paulo/CIRILO JUNIOR
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