Rio Até o fim deste ano, o Ceará deverá ter definido o local apropriado para receber um próximo estaleiro, já que o virtual Promar não vingou no Estado. O presidente da Transpetro, subsidiária da Petrobras, Sérgio Machado, anunciou ontem que será lançada na semana que vem uma licitação para a escolha da empresa que realizará o estudo técnico da área ideal para, no futuro, abrigar o empreendimento. Atendendo à orientação do presidente Lula da Silva, ele justificou que o objetivo é criar a ambiência necessária para que o Ceará não fique de fora do momento de ressurgimento da indústria naval brasileira, hoje com a 4ª maior carteira de encomendas de embarcações.
"Depois de definida a empresa que o fará, - esse é um estudo que demora cerca de 90 dias para ser realizado- e já tendo um local certo, o investidor que quiser fazer um estaleiro no Ceará, já pega esse local. O estaleiro pode ser virtual, o terreno é que não pode", comentou Sérgio Machado, durante coletiva à imprensa, na tarde de ontem, na cidade do Rio de Janeiro.
"Como o Brasil irá precisar de novos navios, porque a demanda é crescente; o Ceará terá a sua oportunidade", emendou o titular da Transpetro.
Contemplação no Promef III
Para o gerente executivo do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), Arnaldo Arcadier, o mais certo é que os cearenses sejam contemplados com um equipamento naval apenas no Promef III, que estará previsto somente no próximo Plano de Negócios da Petrobras. Vale ressaltar que conforme apresentado recentemente no Plano de Negócios 2010-2014, a estimativa é de que a produção de petróleo e gás no Brasil praticamente dobrará até 2020, saltando de 2,7 milhões de óleo equivalente/dia neste ano para 5,3 milhões de barris/dia daqui a 10 anos. Com isso, a demanda por transporte marítimo deverá ser elevada significativamente.
Cinco no páreo do Promar
Sérgio Machado observou que, após a confirmação de que o Estaleiro Promar não irá mais para o Ceará, justamente por não ter uma área adequada, existem ainda pelo menos cinco estados do País no páreo para recebê-lo. Embora ele tenha evitado pronunciar os nomes desses estados, alguns como Maranhão, Pernambuco e Alagoas já se mostraram interessados.
"Sei de pelo menos três estados do Nordeste, um outro do Sul e um do Sudeste que dizem ter interesse em receber esse estaleiro. Mas, esse empreendimento vai para quem apresentar as condições de terreno mais adequado e a licença prévia ambiental. Demos até o dia 30 para o grupo Promar apresentar as opções", enfatizou o presidente da Transpetro.
Conforme Machado, esse prazo, que vence daqui a 7 dias, não poderá ser postergado, por uma questão de os preços negociados junto aos fornecedores ficarem desatualizados.
As demandas para os estaleiros ainda estão sendo quantificadas, mas a necessidade de novas embarcações, plataformas e barcos de apoio devem aumentar expressivamente em relação às duas primeiras fases do Promef, que foram projetadas antes da descoberta da camada pré-sal, garante a Transpetro.
RETOMADA NA INDÚSTRIA
Mais um navio do Promef vai ao mar
O navio Celso Furtado, que ainda passará por retoques finais, é o 1º dos quatro encomendados ao Estaleiro Mauá, do Rio
Rio Hoje, em solenidade marcada para começar às 11 horas, no Estaleiro Mauá, em Niterói, será lançado ao mar o segundo navio construído pelo Promef, um dos principais projetos contemplados dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A embarcação, batizada com o nome do economista Celso Furtado (que esteve envolvido com a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene), servirá para transportar derivados claros de petróleo. Com 183 metros de comprimento e capacidade para 48,3 mil toneladas de porte bruto. O Celso Furtado, que ainda passará por seus retoques finais, é o primeiro dos quatro navios encomendados ao Estaleiro Mauá pela Petrobras.
No total, para o Rio de Janeiro, são 16 embarcações encomendadas, totalizando R$ 2,2 bilhões em investimentos e cerca de 50 mil empregos gerados, entre diretos e indiretos. Em todo o Brasil, a construção dos 49 navios - 46 já licitados ao valor total de US$ 4,7 bilhões - tem estimativa de gerar 200 mil empregos. O primeiro navio do Promef, o petroleiro do tipo Suezmax, de 274 metros de extensão e capacidade para 1 milhão de barris de petróleo, construído no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE), foi entregue no começo de 2010. "Ainda neste ano a ideia é lançar outros dois navios ao mar, um fabricado no Estaleiro Mauá e outro no Atlântico Sul", prevê o gerente do Promef, Arnaldo Arcadier.
O presidente Lula, previsto para participar do evento, não irá mais comparecer. Segundo a Assessoria de Imprensa do Palácio do Planalto, ele estará em Pernambuco visitando as cidades atingidas pela enchente que assola o Estado nordestino nos últimos dias.
Promef Hidrovia
O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, também anunciou que a sua meta é que o Promef Hidrovia comece a operar até o fim de 2012 ou início de 2013. As propostas dos interessados (estaleiros de pequeno porte que desejem construir as embarcações) podem ser entregues até o próximo dia 30, devendo os trabalhos ter início em agosto deste ano.
"Serão 20 empurradores e 80 barcaças que devem operar. O modal fluvial levando na ida derivados claros de petróleo e na volta etanol, deve economizar 40 mil viagens por ano de caminhão. O custo também é duas vezes menor e o impacto ambiental três vezes menor", informou Machado, frisando que um País emergente precisa ter uma logística competitiva.
De menor porte, as embarcações navegarão pela hidrovia Tietê-Paraná, com o objetivo de escoar o etanol do Centro-Oeste e do estado de São Paulo para o litoral Sudeste. (LB)
(Fonte: Diário do Nordeste (CE)/LÍVIA BARREIRA(
PUBLICIDADE