Investidores do Promar Ceará enfrentam problemas ambientais em Fortaleza e agora procuram outro Estado para sediar o empreendimento, orçado em R$ 300 milhões. Pernambuco tem interesse
Pernambuco está na disputa para sediar o Estaleiro Promar Ceará Ltda., que seria instalado em Fortaleza, mas depois de um longo processo de discussão foi desautorizado naquele Estado por falta de um lugar adequado para abrigar o empreendimento. Anteontem, o Diário Oficial de Pernambuco (DO) publicou um processo de inexigibilidade de licitação para arrendamento de uma área de 80 hectares no Complexo Industrial Portuário de Suape pelo Estaleiro Promar. Na prática, o Estado está garantindo a área para o projeto.
Ainda virtual, o Promar venceu a encomenda da Transpetro para a construção de oito navios para transporte de gás liquefeito de petróleo (GLP), com valor de US$ 580 milhões. A construção do estaleiro tem investimento estimado em R$ 300 milhões e prevê a geração de 1,5 mil empregos diretos quando entrar em operação. O empreendimento é comandado pela PJMR - grupo de empresários do Rio de Janeiro, que também detém participação minoritária de 1% no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape.
De acordo com o Diário Oficial, o Promar vai arrendar uma área de 80 hectares na Ilha de Tatuoca (local destinado à implantação de um cluster naval), por um período de 25 anos e com valor máximo de R$ 58,4 mil por mês. A reportagem do JC tentou entrar em contato com o presidente do Porto de Suape e secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, para comentar a possível migração do Promar, mas não obteve retorno.
A previsão é que a PJMR divulgue a nova localização do Promar até o próximo dia 30. Segundo informações do mercado, além de Pernambuco o grupo também estaria avaliando outros Estados. Além dos incentivos fiscais e da infraestrutura, a principal preocupação dos investidores é encontrar um local com facilidade de liberação das licenças ambientais, quesito em que esbarraram no Ceará. Nesse ponto, Pernambuco se destaca porque o Porto de Suape já conta com o seu próprio licenciamento e, recentemente, o governo do Estado conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa um projeto de lei que permite a supressão vegetal na Ilha de Tatuoca para viabilizar o cluster naval.
A chegada do Promar também poderá compensar, parcialmente, a possível desistência do consórcio Galvão-Alusa de erguer um estaleiro em Suape para construir as sondas de exploração do pré-sal, em fase de licitação pela Petrobras. Na apresentação da proposta à estatal, o local escolhido pelo grupo foi o Distrito Industrial do Complexo Portuário de Barra do Furado em Campos, no Rio de Janeiro. Os empresários haviam assinado protocolo de intenções com o governo do Estado. Em dezembro passado, quando a reportagem do JC esteve na Coreia do Sul para produzir o caderno especial Conexão desenvolvimento, comparando a experiência da Ásia com a de Pernambuco, o estaleiro sul-coreano Sungdong mostrou à reportagem o desenho da planta do empreendimento em Suape. O investimento do estaleiro é de US$ 495 milhões.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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