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China lidera investimento em petróleo

Petroleiras do país responderam por 45% dos gastos mundiais com fusões e aquisições do setor no ano passado

Para os próximos dez anos, apenas a estatal PetroChina planeja investir US$ 60 bilhões fora do país asiático

Principal destino da onda de investimentos chineses no Brasil, a indústria petroleira nacional está longe de ser uma exceção: o crescente apetite por energia fez do gigante asiático o grande protagonista mundial do setor, com presença em países como Cazaquistão, Argentina e Canadá.
As estatais chinesas são responsáveis por 45% dos US$ 35 bilhões investidos em fusões e aquisições transnacionais em petróleo e gás no ano passado, seguidas pelas principais empresas europeias (16%) e pela Coreia do Sul (15%). Os números são da consultoria britânica Acquisition & Alliances, que assessora empresas chinesas no exterior, e vice-versa.
E a tendência é de aumento. O valor do investimento chinês em 2009, US$ 15,75 bilhões, já foi superado nos nove meses deste ano: foram US$ 18 bilhões, dos quais US$ 10,17 bilhões em projetos no Brasil.
Para os próximos dez anos, apenas a PetroChina planeja investir US$ 60 bilhões no exterior. Em comparação, a Petrobras prevê investimentos de US$ 11,7 bilhões fora do Brasil até 2014.
"O Brasil é apenas uma parte da estratégia chinesa de sair para o exterior", disse à Folha Wenran Jiang, do Instituto da China da Universidade de Alberta.
Jiang afirma que a estratégia chinesa para se abastecer de petróleo tem dois fronts. "No norte, a China construiu gasodutos ligando-a com Cazaquistão, Uzbequistão e Sibéria. Há ainda o duto entre Mianmar. O outro lado são os tanques petroleiros do sul, com o óleo africano e do Oriente Médio."
Foi apenas há 17 anos, em 1993, que a China passou de exportador a importador de petróleo. Atualmente, produz pouco menos da metade do seu consumo diário de 8,2 milhões de barris diários, segundo dados de 2009.
A China é o segundo maior consumidor de petróleo do mundo, atrás dos EUA, e o terceiro maior importador, novamente atrás dos americanos e do Japão. Seus principais fornecedores são Arábia Saudita, Irã, Angola e Rússia.
A expansão das petroleiras chinesas no exterior é uma política de segurança nacional de Pequim, preocupado em ter fornecedores confiáveis de longo prazo.
O país tem sido acusado de subsidiar ilegalmente suas estatais na expansão estrangeira.
"Os brasileiros agora têm de se perguntar: até que ponto o país vai receber bem ou tolerar os investimentos chineses? Trata-se uma ameaça?", disse Jiang.

Fonte: Folha de S.Paulo/FABIANO MAISONNAVE/DE PEQUIM






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