A China anunciou que vai facilitar o investimento estrangeiro em alguns setores, um novo gesto de abertura no momento em que o país se prepara para uma possível guerra comercial com os Estados Unidos.
A flexibilização, que entrará em vigor em 28 de julho, acontecerá em particular na indústria automobilística, na agricultura, infraestruturas e exploração da mineração, informou a Agência Planejamento Econômico da China (NDRC).
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A agência publicou uma "lista negativa" que estabelece os setores aos quais os investidores estrangeiros não podem ter acesso livremente. A relação cairá de 63 a 48. Alguns âmbitos considerados sensíveis, como cultura e segurança nacional, permanecerão protegidos.
O anúncio acontece após várias medidas de flexibilização no decorrer de 2018, consideradas sinais de boa vontade em relação aos Estados Unidos e outros países ocidentais que acusam Pequim regularmente de obstruir o acesso de suas empresas ao mercado chinês.
O governo da China anunciou, por exemplo, em abril que as empresas estrangeiras poderão controlar até 51% das coempresas do setor de corretagem, gestão de ativos, na área de contratos futuros ou seguros de vida. Além disso, prometeu eliminar o limite em três anos.
A nova "lista negativa" suprime os limites para propriedades de postos de gasolina, comércio de cereais e infraestruturas no setor elétrico. Flexibiliza ainda as restrições para automóveis, aeronáutica e construção naval.
O anúncio foi feito enquanto China e Estados Unidos, as principais economias do planeta, se preparam para possíveis tarifas na próxima semana sobre bilhões de dólares de bens importados do outro país, o que eleva os temores de uma guerra comercial devastadora.
Em Washington, membros do governo do presidente Donald Trump também estudam a possibilidade de limitar os investimentos chineses nos Estados Unidos, e inclusive o número de chineses nas universidades americanas.
A China repete há várias semanas que não deseja uma guerra comercial, mas promete responder de forma proporcional em caso de ataque americano.
As autoridades chinesas publicaram na quinta-feira um "livro branco" no qual defendem as reformas concretizadas pelos países asiáticos desde sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001.
"A China cumpriu firmemente cada promessa feita no momento de sua adesão", declarou Wang Shouwen, vice-ministro do Comércio, durante a apresentação do documento. Ele disse que os países que não concordam podem apresentar demandas à OMC.
Fonte: Uol