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MSC

Cia. Docas quer mais estudos

Conselho de Autoridades Portuárias das Docas defende estudos para definir posição sobre estaleiro
CID BARBOSA
Dividido politicamente, Sérgio Novais evita opinar sobre a instalação do Estaleiro Promar Ceará, no Titanzinho
O Conselho de Autoridades Portuárias da Companhia Docas do Ceará (CDC) defende mais estudos, sobretudo sobre possíveis impactos ambientais, para definir uma posição em relação à instalação do Estaleiro Promar Ceará, na Praia do Titanzinho no Serviluz. Aliado da prefeita Luizianne Lins - que é contra o empreendimento na Capital -, correligionário do governador Cid Gomes, no PSB, integrante do Conselho portuário e diretor presidente da CDC, Sérgio Novais, evita emitir opinião pessoal sobre a implantação ou não do equipamento, mas confirma que o Conselho quer saber mais acerca dos riscos de implantação do equipamento na área, para também emitir parecer.
Novais disse ainda que não conhece o Projeto Aldeia da Praia, da Prefeitura de Fortaleza, para o Serviluz e que aguarda a visita do secretário Municipal de Infraestrutura, Luciano Feijão, para avaliar. "Prefiro não opinar ainda sobre isso (estaleiro e Aldeia da Praia)", respondeu Sérgio Novais.
Luizianne ratifica
Em visita ao programa Tarde Livre, da TV Diário, ontem, a prefeita Luizianne Lins ratificou sua posição contrária à instalação do estaleiro no Titanzinho. "É completamente inadequado. A única coisa que Fortaleza tem condição de ter, de fortalecer, de gerar emprego e renda para a população daqui é o turismo. O projeto de criar o estaleiro não é para a comunidade do ponto de vista da urbanização", afirmou. Ela disse que, há anos, tem dois projetos para orla marítima da Capital: o primeiro na área do Pirambu (antigo projeto Costa Oeste) e o outro no Serviluz (para atender a cinco mil domicílios) e explicou o porquê da demora no andamento do projeto do Serviluz. "É muito caro. São US$ 166 milhões. Eu tinha que escolher o que era obra do PAC. Se era o Serviluz ou a Barra do Ceará. Fui às duas comunidades e apresentei os projetos. Havia alguma resistência no Serviluz. Tive que começar pela Barra do Ceará. Por isso o projeto foi adiado e está em fase de captação de recurso", disse.
Concorrência da dragagem
Sobre a licitação para dragagem no Porto do Mucuripe, Sérgio Novais afirma que cinco empresas já teriam procurado as Docas para pegar cópias do Edital de Licitação, que prevê, para o dia 8 de abril próximo, o início do processo, aguardado há mais de um ano. A expectativa deve-se ao fato de a primeira licitação ter sido deserta (sem interessados) e a nova não ter sido lançada, até bem poco tempo, porque as empreiteiras estariam a exigir R$ 120 milhões, para realizar a obra, orçada no Edital, pela Secretaria Especial de Portos, em R$ 63 milhões. "No ano passado, o mercado internacional (de obras portuárias) estava aquecido, agora desaqueceu e há muitas dragas disponíveis de vários países, o que aponta para um certame bastante concorrido", justificou Novais. "Se tudo correr bem, em dois meses resolvemos os trâmites licitatórios e as obras começam em agosto. Nossa expectativa é concluídas em seis meses", sinalizou o presidente da Companhia Docas.
MUCURIPE
Fluxo de cargas no porto cresce 31% neste ano
O otimismo de Novais vem "rebocado" pelo crescimento do fluxo de cargas no terminal portuário do Mucuripe, que no primeiro bimestre deste ano, registrou passagem de 647 mil toneladas, volume 30,96% superiores às 494 mil toneladas, anotado em igual período de 2009.
Especificamente, em relação a fevereiro último, a movimentação foi de 300,8 mil toneladas de mercadorias, 43, 48% a mais do que em a fevereiro de 2009.
Neste início de ano, os destaque na movimentação do Porto foram os granéis sólidos (trigo e outros) e a carga geral, que tiveram crescimento de 69% e 29% respectivamente. Os granéis líquidos (derivados de petróleo) também apresentaram crescimento, de 15%.
Do total movimentado no bimestre, os granéis sólidos participaram com 31%, os granéis líquidos com 51% e a carga geral com 18%. Entre os produtos, destacaram-se o trigo, o diesel, a gasolina, o cimento asfáltico e os trilhos que estão sendo utilizados para as obras da ferrovia Transnordestina. Para 2010, estima Novais, as perspectivas são de crescimento no fluxo de cargas em torno de 10%, puxadas pela importação de 150 mil toneladas de asfalto e de 120 mil toneladas de trilhos de aço.
"Somente este ano, a importação de trigo já cresceu 9%, devido a queda nos preços do grão no mercado internacional", explicou Novais.
Em decorrência do aumento exacerbado no preço do álcool, as importações de gasolina cresceram também 9%, nos meses de janeiro e fevereiro, sobre igual bimestre do ano passado.
De acordo com a direção do Conselho de Autoridades Portuárias da Companhia Docas, com a agenda de investimentos em infraestrutura e segurança realizada no cais e píer no ano passado e a dragagem, que vai aumentar a profundidade do Porto para 14 m, o Mucuripe ganhará em competitividade. (fonte: Diário do Nordeste)

 


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