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Com Galp, China avança no pré-sal

O fechamento ontem da aquisição de 30% dos ativos da portuguesa Galp Energia no Brasil pela China Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec), eleva para US$ 15,37 bilhões os investimentos de estatais chinesas na exploração e produção de petróleo e gás no Brasil. Também consolida a entrada da China no pré-sal da bacia de Santos, sem que nenhuma das estatais desse país tenha participado diretamente de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

A Sinopec pagou US$ 4,8 bilhões por todos os blocos em fase de exploração e produção da Galp reunidos na Petrogal Brasil, incluindo a fatia de 10% que a portuguesa detinha em Lula (antigo Tupi) e Cernambi (antigo Iracema), algumas das descobertas mais emblemáticas do pré-sal da bacia de Santos. A controlada da Galp tem participação acionária em 20 blocos no Brasil, a maioria em sociedade com a Petrobras. No pré-sal a agora luso-chinesa também tem 14% de Bem-Te-Vi (no bloco BM-S-8), 20% de Caramba (BM-S-21) e 20% de Júpiter (BM-S-24), todos no pré-sal de Santos.

Na operação, a Sinopec também emprestou US$ 360 milhões para pagamento de dívidas da Petrogal Brasil com a Galp.

Essa foi a segunda maior aquisição da Sinopec no país. Em 2010, a companhia comprou, por US$ 7,1 bilhões, uma fatia de 40% em uma empresa que também reunia os ativos de exploração e produção da espanhola Repsol no país. Criaram assim a RepsolSinopec Brasil, empresa de US$ 18 bilhões. Ao adquirir a fatia dos espanhóis, os chineses tiveram acesso a Carioca e Guará, outros gigantes do pré-sal.

No mesmo ano, outra chinesa com apetite pelo país, a Sinochem, se tornou sócia da norueguesa Statoil no campo de Peregrino, na bacia de Campos, pagando US$ 3,07 bilhões.

No comunicado divulgado ontem, a Galp Energia informou que o conselho de administração da nova empresa terá sete membros, sendo cinco deles indicados pelos portugueses, refletindo sua posição de controle. "Este aumento de capital dota a empresa do fôlego financeiro necessário para suportar as atividades de exploração e desenvolvimento no Brasil dando-lhe, em simultâneo, flexibilidade adicional para desenvolver outros projetos de upstream [exploração e produção], tanto dentro do seu atual portfólio como em oportunidades futuras que venham a surgir, no Brasil ou noutras geografias", informou a nota da Galp.

A investida da China no Brasil tem características diferenciadas dos investimentos comuns no setor. As petroleiras tradicionais entram com tecnologia, investimentos e, quando possível, querem se tornar operadoras das áreas, o que permite decidir sobre projetos de engenharia, por exemplo, e administrar as compras de equipamentos.

Já as chinesas, tradicionalmente, colocam recursos em dinheiro para garantir investimentos. No caso do Brasil, já tinha ficado claro que os aportes bilionários programados pela Petrobras no pré-sal tinham se tornado um desafio, para dizer o mínimo, para suas sócias.

Mas no caso chinês, o mais importante para as estatais é garantir o suprimento de energia para seu país, um consumidor voraz de recursos energéticos.

Fonte: Valor Econômico/Por Cláudia Schüffner | Do Rio


EUA conversam com Japão, França e Reino Unido para colocar bilhões de barris no mercado; sauditas se dispõem a produzir mais

Esforços de alguns dos maiores compradores mundiais de petróleo para coordenar a possível liberação de reservas de emergência e uma intervenção da Arábia Saudita derrubaram os preços do petróleo ontem, o que pode aliviar a situação das problemáticas economias europeias e a dos motoristas norte-americanos que enfrentam preços da ordem de US$ 1 por litro de gasolina.

Quando o ministro francês da Energia, Eric Besson, confirmou que seu país estava negociando com os Estados Unidos, o Japão e o Reino Unido para liberar bilhões de barris de petróleo no mercado, o Ministério do Petróleo saudita anunciou que faria tudo o que pudesse para reduzir os preços.

Em artigo para o jornal "Financial Times", o ministro Ali Naimi afirmou que, "em resumo, a Arábia Saudita gostaria de ver preços mais baixos, preços justos e razoáveis que não prejudiquem a recuperação econômica mundial".

O país já elevou sua produção diária a 10 milhões de barris, a mais alta em 30 anos, e pode aumentá-la em mais 25%, se surgirem perturbações ao suprimento no Oriente Médio.

A disparada nos preços da energia, propelida em parte pelas tensões quanto ao programa nuclear do Irã, ameaça a frágil recuperação econômica dos EUA.

Embora as discussões sejam apenas preliminares e nenhum dos países participantes tenha decidido ir adiante com a liberação de reservas, três pessoas ligadas ao assunto disseram que ação era provável nos próximos três meses.

Essa ação, caso aprovada pelos quatro países, pode causar queda acentuada no preço do petróleo. O primeiro contrato do petróleo Brent caiu US$ 1,38 por barril ontem, para US$ 124,16. Uma alta acentuada nos estoques norte-americanos também contribuiu para o recuo.

A Agência Internacional de Energia (AIE), que coordena a política de energia dos países desenvolvidos, no passado organizou liberações de reservas como as propostas, mas ainda não expressou apoio à medida.

Fonte: Valor Econômico/JAVIER BLAS DO “FINANCIAL TIMES”, EM PARIS






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