BRASÍLIA – Representantes de petroleiros criticaram, em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, a volta dos leilões de petróleo. E denunciaram que, com isso, o Brasil entrega a exploração e a produção da riqueza para as empresas estrangeiras:
“Não tem sentido fazer leilão de petróleo. Já temos descobertos mais de 60 bilhões de barris de petróleo, afirmou o vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Fernando Leite Siqueira.
Ele destacou que a importância estratégica das descobertas de campos como os de Libra, Parque da Baleia e Tupi: “Com os 14 bilhões de barris que tínhamos antes do pré-sal, isso nos dá autonomia para mais de 50 anos’, estimou o vice-presidente da Aepet.
Siqueira advertiu que o país não deve seguir o exemplo de países, como a Indonésia, que priorizaram a exploração do recurso bruto e hoje são dependentes da importação do produto.
Para ele, o investimento em beneficiamento do petróleo em território nacional proporcionaria desenvolvimento efetivo e mais empregos ao país: “Precisamos é construir mais refinarias e não exportar o petróleo bruto”, defendeu, alertando para as perdas do setor com as exportações.
O vice-presidente da Aepet observou haver forte pressão de mercados consumidores por petróleo que estão em situação de insegurança energética. Segundo ele, os Estados Unidos, por exemplo, têm reserva de 30 bilhões de barris e consomem 10 bilhões de barris por ano.
Para o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, os 11 leilões realizados no país elevaram ainda mais o número de empregos terceirizados e a jornada de trabalho, além de dificultar as negociações trabalhistas coletiva: “Quando tem (negociações), são conduzidas pelos sindicatos patronais”, disse.
Fonte: Monitor Mercantil
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