Brasília. Em depoimento à Polícia Federal (PF) no âmbito da operação Lava Jato, o empresário Gerson de Mello Almada, um dos donos da Engevix Engenharia, afirmou que acertou o pagamento de US$ 120 milhões para o lobista Milton Pascowitch nas negociações do contrato de construção dos cascos (bases) das primeiras oito plataformas com conteúdo nacional para a Petrobras montados no Estaleiro Rio Grande (RS).
“A fim de viabilizar o negócio, foram firmados contratos com a Jamp, de Milton Pascowitch, no valor de aproximado de US$ 120 milhões”, contou Almada. “Parte desse valor, US$ 10 milhões, foi pago mediante outro contrato com uma empresa internacional vinculada a Milton, de nome MJ2 Internacional”, disse Fausto Macedo.
Pascowitch é acusado de ter operado propina, em nome da Engevix, na Diretoria de Serviços da Petrobras, com elos com o PT. Ele está preso preventivamente desde o mês passado em Curitiba. Segundo Almada, “os contratos com Pascowitch eram feitos de forma periódica e de acordo com o recebimento das parcelas, e não de forma global a partir do valor total desse contrato dos navios replicantes”.
O primeiro casco das plataformas tipo FPSOs (sigla em inglês para unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo) foi entregue em dezembro do ano passado para montagem da P-66 – que está no Estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis.
O pagamento das comissões ao lobista – que, para a Lava Jato, são propinas – era lançado nos balanços como despesas de “contingências” dos contratos, explicou Almada.
Além de comprovar a continuidade dos delitos – mesmo após a fase ostensiva da Lava Jato ser deflagrada, em março de 2014 –, a frente de apuração que mira o negócio do Estaleiro Rio Grande envolve a suspeita de que consultorias de dois ex-ministros petistas tenham servido para ocultar propina do partido: José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda).
Os dois petistas e a Engevix afirmam que os serviços prestados pelas empresas de consultoria nada tiveram a ver com Petrobras.
Recuperação
Galvão. A Galvão Participações e a Galvão Engenharia protocolaram seu plano de recuperação judicial na 7ª Vara Empresarial do Rio. A Galvão é uma das 16 empreiteiras alvo da Lava Jato.
Fonte: O Tempo/O Estado de S. Paulo/Fausto Macedo
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