A Petrobras informou que, em reunião extraordinária realizada nesta segunda (14), seu conselho de administração elegeu o conselheiro Luiz Nelson Guedes de Carvalho para assumir interinamente a presidência do colegiado.
Guedes substituirá temporariamente o presidente da Vale, Murilo Ferreira, que comunicou pedido de licença na manhã desta segunda (14), alegando "motivos pessoais".
Guedes é economista formado pela USP e especialista em contabilidade e auditoria. É membro da Academia Brasileira de Ciências Contábeis e atuou como árbitro na Câmara Internacional de Arbitragem. Sua indicação partiu do acionista controlador, a União Federal, e o faz ficar no cargo até o fim da licença de Ferreira, no dia 30 de novembro.
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Nos bastidores, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, defendia a nomeação do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Coutinho é o único membro do conselho que vem da gestão anterior, comandada pelo ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Os outros conselheiros foram eleitos no dia 29 de abril, em uma tentativa do governo de recuperar a credibilidade da companhia após o início da Operação Lava Jato.
Além de Bendine, completam o conselho Luiz Nelson Guedes de Carvalho, Luiz Navarro, Roberto Castello Branco e Segen Estefen (indicados pelo acionista controlador) além dos representantes dos minoritários Guilherme Affonso Ferreira e Walter Mendes de Oliveira Filho e o representante dos trabalhadores, Deyvid Bacelar.
LICENÇA - O presidente do Conselho de Administração da Petrobras, Murilo Ferreira, comunicou nesta segunda-feira (14) pedido de licença do colegiado até 30 de novembro de 2015, segundo comunicado da estatal.
O objetivo é concentrar energias no cargo de presidente-executivo da mineradora Vale, que continuará ocupando normalmente, disse uma fonte da Petrobras à agência de notícias Reuters.
A Petrobras não deu detalhes sobre o motivo do afastamento.
"O problema deles (Vale) é que eles são muito concentrados na China. A situação deles é complicada porque a Vale concentra em um produto só (minério de ferro), não é fácil", disse a fonte da Petrobras, sob condição de anonimato, ao comentar a licença de Ferreira.
As cotações do minério de ferro - vendido principalmente à China - tocaram em julho o menor valor em 10 anos, pressionadas por uma desaceleração na demanda no país asiático e por uma grande oferta das grandes mineradoras globais.
Fonte: Folhapress