O Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica se reunirá amanhã, quarta-feira (11), para discutir o potencial de exploração de minerais terras-raras – grupo de 17 elementos químicos considerados bons condutores de calor e eletricidade e que interessam à indústria petrolífera e de produtos de alta tecnologia (como tablets). Os integrantes do colegiado vão ouvir o vice-presidente da empresa de fertilizantes MBAC Fertilizer, Antenor Silva. O debate contribuirá para o estudo coordenado pela deputada Teresa Surita (PMDB-RR), que pretende sugerir um novo marco legal sobre o tema.
O mercado de terras-raras ainda é pouco explorado no Brasil e não há empresas nacionais que dominem a cadeia produtiva do setor. Para reverter esse quadro e diminuir a dependência externa, o governo federal já informou que pretende concluir até 2014 um mapa com novas áreas para exploração desses minerais. Atualmente, a China domina mais de 90% da produção mundial.
Dificuldades
Segundo o presidente do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), Manuel Barreto, a indústria petrolífera é uma das que enfrenta situação mais crítica. "Hoje, temos maior dependência do lantânio, cujos óxidos são usados no refino do petróleo. Como nossa produção petrolífera está cada vez abrangente, também vamos precisar mais e mais desse minério”, afirma.
Barreto explica que, mesmo em áreas onde o Brasil já tem conhecimento da incidência de terras-raras, existem problemas na exploração. "Em Araxá (MG), sabemos da existência de terra-rara, mas não há uma rota de tecnologia para retirar esse mineral”, exemplifica. “Como são difíceis de serem encontrados e estão sendo cada vez mais utilizados pela indústria, a perspectiva é que os terras-raras se tornem estratégicos para o mundo inteiro”, complementa.
A reunião será realizada às 14 horas, na sala de reuniões da Mesa Diretora.
Fonte: Ana Raquel Macedo/Agência Câmara de Notícias
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