Durante uma visita ao porto de Maceió na manhã de ontem quarta-feira (9), o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB), classificou como prematuro o anúncio do Estaleiro do Nordeste (Enor) pela gestão anterior.
Filho diz que a implantação do empreendimento é viável, mas ainda incerto, já que não há sequer terreno para construí-lo. "Bem antes da gestação começar, ele já foi anunciado como concreto. Eu não gosto de colocar a carros na frente dos cavalos", afirma o governador.
A apreensão é pela licença concedida pelo Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]. A permissão foi anunciada no dia 2 de setembro pela então Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande). Segundo Filho, a licença foi dada sem especificação da área a ser utilizada para a implantação do estaleiro.
"Dificilmente se consegue uma licença ambiental para um projeto de grande porte como aquele e sobretudo quando não se tem o terreno. A empresa, para construir navios aqui, precisa ter contrato com a Petrobras que vive um momento de muita dificuldade", avalia.
Apesar das críticas, Renan Filho acredita na viabilidade do projeto. "Eu vejo mais perto a possibilidade de Alagoas construir um novo equipamento que possa escoar a nossa produção e possa colaborar com a exportação do Nordeste".
O estaleiro
A implantação do antigo Estaleiro Eisa Alagoas, que passou a ser chamado de Enor, vem sendo articulada desde 2011. Primeiramente idealizado para ser construído no Pontal de Coruripe, o estaleiro teve sua licença ambiental negada pelo Ibama em julho de 2013, após o órgão decidir que a área não era ambientalmente viável para a instalação do empreendimento.
A nova área escolhida, denominada 5D, também fica no município de Coruripe, na comunidade do Miaí de Cima. De acordo com a companhia responsável pelo empreendimento, o estaleiro vai gerar aproximadamente 10 mil empregos diretos.
À época, o estado anunciou que a implantação do estaleiro vai custar R$ 2,2 bilhões. O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante aprovou a verba de R$ 2 bilhões para financiar o empreendimento. A previsão era que as obras fossem iniciadas até o final de 2014.
Porto urbano
O governador falou que uma das maiores dificuldades do porto é porque ele é instalado em área urbana. “Não tem como estruturar o crescimento de um posto para exportar e importar mercadoria sendo um porto urbano como esse”, disse.
Renan falou que existem a proposta da construção de um novo porto, mas isso ainda vai ser discutido. “Esse equipamento é um dos principais para fortalecer o turismo e o desenvolvimento”, falou.
Crise econômica
Outro ponto abordado pelo governador foi a crise econômica do pais. Segundo ele, um dos maiores desafios do governo está em manter os serviços básicos para a população e garantir a folha de pagamento em dia.
Renan informou que são gastos R$ 230 milhões com folha de pagamento e isso é 49,3% da receita líquida do Estado. “A crise atinge muito, traz desemprego, atinge o setor de serviço, o setor sucroalcooleiro, e outros. Estamos vivendo um momento de escassez e temos que ser criativos”, falou.
Fonte:Carolina Sanches Do G1 AL
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