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Corrente contínua

Fabricantes de cabos navais elétricos estão entusiasmados com setor naval e acreditam que projetos irão deslanchar

 

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Depois de alguns anos de incertezas em relação ao real tamanho dos projetos naval e offshore demandados pelo sistema Petrobras, os fornecedores de cabos navais elétricos começam a mostrar entusiasmo. Pela imensa quantidade de cabos elétricos que´plataformas e embarcações necessitam, os fornecedores estão atentos e se programando para atender à demanda, apesar de ainda não se ter a real dimensão dos negócios.

Estima-se que a Petrobras e a marinha mercante invistam aproximadamente US$ 2,3 bilhões até 2013. A previsão é que a Petrobras encomende 10 mil quilômetros de cabos elétricos submarinos (umbilicais) nos próximos anos. Somente para quatro navios petroleiros da Transpetro (dois Suezmax e dois Panamax), por exemplo, o Estaleiro Ilha (Eisa) demandou 500 quilômetros de cabos elétricos. Entre os principais clientes deste mercado estão plataformas, navios petroleiros e gaseiros, além da Log In, com embarcações do tipo graneleiro e porta-contêineres.

“Depois de quase três anos de muitos orçamentos e poucas obras realmente realizadas, o mercado começa a sinalizar que os projetos vão sair do papel”, conta a gerente de Marketing e Planejamento Comercial da Wirex Cable, Mariana Kokron. Ela espera que o número de embarcações supere as 500 unidades até 2020, sem considerar as plataformas petrolíferas.

Marcelo Thiago Rodrigues, outside sales Wire&Cable da Anixter, diz que o aquecimento da economia mundial criou grande demanda por navios de todos os tipos e, por conta disso, os estaleiros mundiais estão lotados de encomendas e os fornecedores, sem prazo de entrega para atender às necessidades urgentes do mercado. Segundo ele, o Brasil criou uma demanda real e sustentável por navios, representada pelas encomendas do setor de petróleo e da marinha mercante de cabotagem, a fim de atender ao crescimento econômico. “A indústria naval brasileira está em pleno vigor, após um longo período de estagnação — aproximadamente 15 anos — com grande demanda para o mercado nacional, garantindo investimentos para próxima década”, analisa.

Para Mariana, da Wirex, um dos principais desafios para os fabricantes de cabos elétricos navais nos próximos anos será desenvolver tecnologias para o uso de cabos na exploração de águas profundas. Ela estima que a indústria nacional amplie sua capacidade produtiva para atender toda a demanda e a meta de conteúdo nacional, de cerca de 65%. Mariana revela que a Wirex já possui um projeto em estágio adiantado para aumento de sua capacidade produtiva da linha de cabos navais e para uso em plataformas petrolíferas.

Assim como a demanda, o segmento também já percebe o crescimento da competitividade e da chegada de empresas estrangeiras para brigar por esse mercado. Por conta disso, os fabricantes de cabos navais estão correndo atrás de certificações internacionais a fim de atestar a qualidade dos cabos. Isso porque elas são consideradas imprescindíveis para que essas empresas consigam fornecer seus produtos neste mercado.

Rodrigues, da Anixter, acredita que, como o mercado brasileiro está aquecido em diversos segmentos, são poucos os fabricantes nacionais que estão preparados para suportar essa necessidade. Segundo ele, existe a carência de investimento fabril visando o desenvolvimento da linha de cabos para atender às características técnicas do mercado. “As empresas que não estiverem aptas a atender este mercado extremamente técnico sofrerão para encontrar seu espaço, que exige qualidade e aprovações técnicas, através de órgãos certificadores internacionais”, ressalta.

— O mundo inteiro está vislumbrando os investimentos anunciados para o setor de O&G pela Petrobras e outras empresas privadas. Além disso, o governo tem incentivado a criação de parcerias de empresas estrangeiras com universidades brasileiras para transferência de tecnologia — observa Mariana, da Wirex. Entretanto, ela afirma que o percentual mínimo de conteúdo local tem limitado a entrada de fortes concorrentes, como os chineses, no mercado brasileiro.

Segundo Rodrigues, as perspectivas de negócios para os próximos anos são muito boas. O outside sales Wire&Cable da Anixter afirma que a empresa busca aumentar a participação neste mercado, com incremento de soluções técnicas inovadoras, apresentando serviços de  cadeia de suprimentos e pronta entrega. Nesse mercado, a Anixter foca em cabos elétricos, fibra óptica, switches industriais, cabeamento estruturado, sistema de identificação, sistemas de telefonia, CFTV, wireless, entre outros. “Em uma embarcação somos capazes de fornecer um enorme número de itens. Minimizando custos, podemos trabalhar em processo de gerenciamento e logística destes produtos, reduzindo custos na cadeia produtiva”, avalia. Já Mariana, da Wirex, diz que a empresa almeja até contratos com empresas estrangeiras. “Temos recebido cotações de montadores estrangeiros buscando fornecedores brasileiros para materiais que serão agregados a equipamentos cujo cliente final é a Petrobras”, conta.

Um dos focos das fabricantes para aplicação em plataformas de petróleo e navios são cabos para utilização em circuitos de energia de baixa e média tensão, iluminação, controle, sinalização e instrumentação. Por questão de segurança, os cabos navais são isentos de halogênio. “A construção e os materiais empregados garantem a baixa emissão de fumaça e de gases tóxicos, com excepcionais características de não propagação e autoextinção de chamas”, explica Mariana.

Outra tendência desse mercado é a utilização de cabos de potência, controle e/ou instrumentação especialmente projetados para continuar em operação, mesmo com condições críticas de incêndio. Uma das principais exigências desses equipamentos são as normas IEC “International Electrotechnical Comission — Electrical Installations In Ships”. Entre as maiores preocupações na qualidade desses equipamentos destaca-se a busca pela melhoria no comportamento dos cabos elétricos em situações de incêndio. Isso porque os efeitos nocivos da fumaça, da chama e dos gases gerados pelos elementos não metálicos utilizados como isolação e cobertura podem aumentar os danos causados, prejudicando a retirada de pessoal e o combate ao fogo, assim como danificar equipamentos mais sensíveis. Por conta disso, adota-se como padrão o uso de componentes não halogenados.

Jorge Hanmal, diretor de Mar-keting da Prysmian, acredita que a demanda continua crescente, pois as obras contratadas entre 2008 e 2010 começaram a se materializar a partir de 2010, o que representará um grande potencial de negócios. Ele conta que existem aproximadamente 300 embarcações, entre navios e plataformas, em diversos estágios: previstas, contratadas ou em construção. Além disso, Hanmal destaca que antigos parques têm sido reativados como, por exemplo, as instalações do estaleiro Ishibras. “Além dos estaleiros em atividade (EAS, Quip, Keppel, Sinergy, Paraguassu), outros estão em fase de implantação e/ou estruturação societária para implantação (Engevix, OGX, Alusa).

Segundo Hanmal, os estaleiros são atualmente os principais clientes da Prysmian no fornecimento de cabos navais. Além deles, há os fornecedores de sistemas diversos, que adquirem cabos principalmente para plataformas, porém de maneira segmentada, como fornecedores de ar condicionado, detecção, alarme e combate a incêndio, monitoramento por vídeo, sistemas de comunicação, construção de módulos periféricos, sistemas de geração de energia e turbogeradores a gás.

O diretor de Marketing da Prysmian estima que as plataformas destinadas ao pré-sal deverão conter exigências de novos desenvolvimentos, porém não diretamente vinculadas aos cabos elétricos embarcados. “Os equipamentos/materiais de “ligação” entre as plataformas e as árvores de natal molhadas (cabeça de produção), deverão ser construídos sob especificações ainda mais rigorosas, em função das novas profundidades a serem alcançadas”, estima.

Para Hanmal, o maior desafio será a capacidade de fornecimento no tempo adequado e de atender às rigorosas exigências tecnológicas. Ele acredita que é possível atender à demanda atual de cabos navais com certa folga. Hanmal projeta que, com o crescimento previsto, poderá haver demanda concentrada no tempo, mas que as empresas estarão atentas e investirão no momento adequado.

Hanmal diz ainda que as perspectivas de negócios para os próximos anos são boas e crescentes. Segundo ele, é difícil estimar uma taxa de crescimento, visto que a base atual de vendas ainda é considerada baixa. O diretor de Marketing da Prysmian ressalta que a maioria das embarcações previstas foi contratada e outra parcela está em processo de licitação.       n

 



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