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De carteira cheia

Estaleiros nacionais vão ganhar mais concorrentes com a instalação de novas plantas. Para empresários, encomendas não devem faltar
Impulsionada pelas encomendas da Petrobras e de sua subsidiária Transpetro, a indústria naval brasileira continua crescendo. Mesmo com a demora no lançamento das licitações e com as constantes renegociações de preço pelas estatais, empresários do setor planejam construir novos estaleiros e ampliar os existentes para dar conta das obras por vir. Empresas estrangeiras também querem se aproximar do mercado naval nacional, um dos mais aquecidos do mundo após a chegada da crise econômica.
Fontes do setor apontam a existência de pelo menos 17 projetos em estudo para instalação de novos estaleiros no país. A perspectiva audaciosa já contabiliza algumas propostas em curso, como o STX em Barra do Furado (RJ) e o Estaleiro da Bahia S.A. (Ebasa), em São Roque de Paraguaçu (BA). Mas não é apenas isso, estaleiros de reparos também estão na pauta, inclusive em regiões antes desfavorecidas, como o Norte do país. Aos olhos dos investidores, demanda não irá faltar. “Existe um mercado potencial muito grande indicando que há espaço para mais estaleiros”, afirma Alberto Padilla, diretor do Estaleiro da Bahia, que hoje aguarda a licença de instalação para começar as obras, orçadas em US$ 400 milhões. Somente neste mês de agosto, está prevista a recepção das propostas de construção de 19 bunkers da Petrobras para cabotagem e de oito cascos para FPSOs (Floating Production Storage Offloading).
A contratação de sete sondas de perfuração, parte de um pacote de 28 a serem construídas pela primeira vez em estaleiros nacionais, também está marcada para este mês. As encomendas fazem parte do ambicioso plano de investimentos da petrolífera, que irá injetar R$ 174,4 bilhões na economia brasileira entre 2009 e 2013. A Transpetro também planeja abrir em agosto a licitação para os cinco navios gaseiros da segunda fase do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef II). De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), o setor de construção naval brasileiro não foi afetado pela crise porque os financiamentos no país são garantidos pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), pertencente ao Ministério dos Transportes.
No cenário elaborado em abril de 2009 pela entidade, as encomendas até 2015 são estimadas em 214 novos navios, o que aumenta em 4,3 milhões de tpb a atual frota mercante sob a bandeira brasileira (dos 3,3 milhões de tpb em 2007 a 7,6 milhões de tpb em 2015). Hoje o Brasil possui a quinta maior carteira de encomendas do mundo. Sem festa. Mas o panorama festivo tem seus pontos obscuros. Paulo Rolim, vice-presidente do estaleiro STX Europe (ex-Aker Promar), que está construindo uma nova planta em Barra do Furado, região norte do Rio de Janeiro, acredita que a demanda anunciada por novos estaleiros tem um limite. “Existe espaço para mais estaleiros em função da demanda, mas não para 17. Serão mais dois ou três e pronto”, opina. No entanto, a empresa espera que esta disponibilidade seja preenchida por suas próprias instalações. Além da nova planta no Rio, o grupo está investigando áreas — ainda sigilosas — para erguer outro estaleiro com foco diferenciado do atual.
O executivo chama atenção para a necessidade de modernização das instalações para competir no mercado e diz que, apesar de toda evolução na indústria naval brasileira, a mão-de-obra chinesa ainda é incomparavelmente mais barata que a nossa. Ele ressalta que a indústria naval não é atividade de países de primeiro mundo, mas se esgotou nos países centrais, transferindo-se para estados em desenvolvimento. De fato, algumas promessas continuam apenas no papel, como a contratação das 146 embarcações de apoio marítimo, das quais apenas o primeiro lote de 24 foi licitado e que até hoje segue sem a assinatura final dos contratos.
A contratação das FPSOs é outro item que tem andado com as pernas bambas. Fontes indicam que apenas quatro das 13 empresas convidadas a disputar a licitação devem apresentar propostas e há rumores de que a disputa possa ser novamente adiada. O motivo é a insistência da Petrobras em reduzir preços, barganha que para alguns, neste caso específico, estaria atingindo valores impraticáveis. Estima-se que o valor dimensionado pela Petrobras para este contrato é de cerca de U$$ 550 milhões por casco. No entanto, empresas afirmam ser impossível negociar os cascos por um valor menor que US$ 800 milhões a unidade. Além disso, a exigência da construção no dique seco de Rio Grande seria incompatível com o prazo de entrega em 2012 devido à pequena capacidade de processamento de aço do local. As FPSOs irão atuar na Bacia de Campos a partir de 2015 e terão capacidade de produção diária de 120 mil barris de petróleo e cinco milhões de metros cúbicos de gás natural. Mas os efeitos da crise financeira na indústria naval brasileira não se restringem às reduções de custo provocadas pelas empresas nacionais. Recentemente a Petroleos Venezuela S.A. (PDVSA) forçou a revisão do contrato de construção de oito petroleiros do tipo panamax e duas embarcações para transporte de derivados estabelecido em 2006 com o Estaleiro Ilha S.A. (Eisa).
O novo acordo prevê sete navios de derivados e apenas três petroleiros. Com a reorganização, os panamax, que iriam exportar petróleo cru produzido na Venezuela, passarão a dividir o lote com as embarcações de produtos claros, que deverão dispor, em média, de capacidade para transporte de 43 mil toneladas de derivados. A mudança foi ocasionada pela queda substancial no preço do barril de petróleo no mercado internacional, o que afetou negativamente a economia venezuelana. No entanto, a alteração resultou no aumento do valor do contrato em R$ 30 milhões, passando de US$ 670 milhões para US$ 700 milhões e a dilação do prazo de pagamento em seis meses. A cláusula de transferência de tecnologia para Venezuela, porém, não foi alterada na renegociação. Ela será realizada pelo estaleiro Mauá, que atua junto ao Eisa através do Sinergy Group, holding do empresário boliviano German Efromovich.
De acordo com a previsão do Eisa, o primeiro panamax será entregue no início de 2010. O estaleiro irá participar da licitação dos navios gaseiros do Promef II. Estaleiros. Apesar das intempéries do caminho, uma das promessas da indústria naval brasileira encontra-se no Rio de Janeiro, entre os municípios de Quissamã e Campos dos Goytacazes. É o Complexo Logístico e Industrial de Barra do Furado, que já conta com projetos de um novo estaleiro da STX Europe, a instalação de uma base offshore do grupo Chouest Alfanave, uma base de armazenagem de granéis líquidos da empresa de energia Alupar, um terminal para tancagem da Lusa e uma nova instalação do Eisa.
Para a STX o retorno do investimento é certo, tanto que a companhia já fez a sua parte: possui licença ambiental, financiamento aprovado pelo BNDES e já assinou o Termo de Compromisso (TC) com o governo do Estado. Mas o início dos projetos aguarda a realização da dragagem do Canal das Flechas para viabilizar o acesso marítimo às novas instalações. A obra foi incluída no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e já teve o edital de licitação aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A abertura da disputa, entretanto, aguarda a aprovação do TC pelo departamento jurídico do governo. Com o termo pronto, começam a contar os prazos para as empresas e destrava a licitação da dragagem. “Esperamos que até o final do ano a dragagem esteja contratada de modo que em 2010 as empresas possam começar a construção efetiva”, diz Paulo Rolim.
A obra deverá cobrir mais de 1,8 mil metros de comprimento no canal e estima-se que leve em torno de um ano para ser finalizada. A oportunidade chega em boa hora para o STX, já que a MacLaren, proprietária do terreno da Ilha da Conceição, em Niterói, onde está instalado atualmente o estaleiro, vem sinalizando a retomada do local. Apesar disso, o STX conseguiu a prorrogação do contrato de aluguel até 2016 e, se o espaço continuar disponível, a empresa não pretende sair. “Temos demanda suficiente para estender o contrato. Poderemos manter as duas instalações ocupadas”, afirma o vice-presidente do estaleiro. A nova planta na Barra do Furado terá capacidade de processamento de 15 mil toneladas de aço por ano e poderá atender a encomendas de embarcações com até 150 metros de comprimento. A construção irá custar US$ 70 milhões. O local terá um dique seco, com o load out da embarcação para um dique flutuante. Ao todo, o novo estaleiro poderá fazer quatro lançamentos por ano e também servirá para reparo de navios.
Estima-se que a produção se inicie no final de 2011. Durante longo tempo o ex-Aker Promar foi especializado em embarcações de apoio offshore como os Platform Supply Vessels (PSV), mas de alguns anos para cá seu foco mudou para navios com maior quantidade de tecnologia embarcada. “Nossa estrutura tecnológica ficou grande e capacitada, então estamos deixando as embarcações mais simples para entrar no mercado do offshore”, explica Rolim. Atualmente o estaleiro está construindo dois navios para a armadora Norskan e tem intenção de participar da concorrência pelos navios gaseiros da Transpetro.
Na onda expansionista da construção naval brasileira, outro projeto que vem dando o que falar é o estaleiro da Bahia, uma parceria entre o grupo Setal, a construtora OAS e o grupo minoritário Piemonte. A instalação irá compor o Polo da Indústria Naval da Bahia, organizado pelo governo do Estado. Terá um milhão de metros quadrados de área, com um dique seco e capacidade de produzir 110 mil toneladas de aço por ano no atendimento ao setor offshore. A expressividade do empreendimento o coloca em pé de competição com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que hoje processa 160 mil toneladas de aço por ano, apesar de o projeto  original prever somente 100 mil. “Como pegaram muitas encomendas, decidiram modificar o projeto para ampliar a capacidade. Se Deus quiser, isso poderá ocorrer conosco também”, diz Alberto Padilla, diretor do Ebasa.
O foco da nova indústria será a produção de plataformas, FPSOs e navios de apoio marítimo de grandes proporções, como AHTS de alta tecnologia. No entanto, Padilla não descarta a hipótese de no local construir PSVs, navios porta-contêineres ou, ainda, realizar reparo de embarcações nos momentos de ociosidade. Atualmente os executivos do Ebasa estão aguardando a liberação do EIA/Rima para dar início à construção, prevista para durar 24 meses. Mas a produção poderá ser iniciada na metade deste tempo e, atentos a isso, eles já estão trabalhando nas propostas para concorrer à construção dos FPSOs da Petrobras. A acirrada competição pelas novas encomendas não parece ser um problema para o estaleiro, que possui parceria tecnológica com empresas coreanas. No pico de produção, estima-se a necessidade de contratação de cinco mil trabalhadores. A intenção do grupo Setal também é se espalhar por mais de um estado.
A convite do secretário municipal de desenvolvimento econômico, indústria, comércio e petróleo de Maricá (RJ), Aleksander Silvino dos Santos, a empresa visitou o município para conversar sobre a possibilidade de participar da construção de um polo naval na região. “O programa é interessante, solicitamos ao secretário o fornecimento de toda a informação do programa para poder fazer uma avaliação técnica mais aprofundada e poder discutir em data próxima da viabilidade de implantação de nosso projeto no local”, afirma Padilla. Mas nem só de peixes grandes se alimenta o mercado naval. O estaleiro Superpesa, que tem capacidade de processar 10 mil toneladas de aço por ano (dados do Sinaval), foi o vencedor da licitação dos três bunkers da Transpetro, cada um com 80 metros de comprimento, 15 metros de boca e calado máximo de 4,5 metros. As embarcações fazem parte do Promef II e terão capacidade de transportar quatro mil metros cúbicos de óleo diesel e óleo pesado.
De acordo com o vice-presidente da Superpesa, João Alberto Alves, a empresa irá entrar com pedido de prioridade junto ao FMM para a construção dos bunkers, que deve levar 16 meses cada um. O contrato ainda não foi assinado, mas a vitória na licitação abre uma nova fase para a empresa ao marcar sua abertura para a recepção de encomendas de terceiros. Com a vitória, a empresa vem recebendo pedidos de cotação para novas encomendas, que vão de dragas a balsas fluviais e oceânicas. Além disso, a companhia ainda trabalha com os projetos próprios, como a construção de um PSV de 300 TEUs. Aquecida para as disputas, a Superpesa também irá concorrer pelos bunkers da Petrobras. “Vamos participar de outras licitações com certeza. Tanto para construção, como no papel de armadora”, afirma Alves, que acredita estar em um bom nicho de mercado.
Alves revela, ainda, que a empresa também ganhou outra licitação da Petrobras: o transporte de óleo diesel no campo de Urucu, na Amazônia, a ser realizado por nove balsas do tipo propulsadas, sem propulsão e por empurradores. O contrato ainda não entrou em eficácia. A armadora Wilson,Sons também está com um pedido de prioridade junto à Marinha Mercante para a construção de uma nova planta no Guarujá. O objetivo é aumentar a capacidade de construção de embarcações tanto no segmento de rebocagem quanto no segmento de apoio ao offshore. “Construiremos qualquer tipo de embarcações de apoio: PSV, AHTS, entre outros”, afirma o diretor do estaleiro, Adalberto Luiz Renaux Souza. O investimento no valor de US$ 40 milhões irá permitir a ampliação da área atual em 15 mil metros quadrados. O grupo já obteve a licença ambiental provisória para as obras, que devem se estender por aproximadamente 18 meses. Com a expansão, o número de empregos diretos gerados deve crescer cerca de 50% e a capacidade de construção de embarcações de apoio marítimo e rebocadores também deve duplicar. Um dos resultados mais esperados da obra é a suspensão das restrições quanto ao porte das embarcações que serão construídas. Norte.
Antes áreas esquecidas no panorama industrial brasileiro estão ganhando cada vez mais recursos oriundos da indústria naval. Com investimentos de R$ 5 milhões recém-aplicados no aumento de sua capacidade produtiva, o Estaleiro Rio Maguari (ERM), localizado em Belém (PA), é um dos importantes agentes do setor na região Norte. As obras, concluídas em junho deste ano, incluíram a construção de um novo dique, galpões, além da aquisição de novos equipamentos de processamento de aço e de içamento. Antes da intervenção, o estaleiro contava com 35 mil metros quadrados de área construída, que agora se expandiu para 50 mil metros quadrados. Com vocação para embarcações fluviais, balsas, ferries, rebocadores portuários e barcos de apoio a plataformas, o Rio Maguari está com a carteira cheia. O local emprega hoje 350 funcionários.
Atualmente o estaleiro está construindo dois rebocadores portuários de 50 toneladas de tração estática para a Hermasa Navegação, braço de logística do Grupo André Maggi. O primeiro será entregue em agosto e o segundo em dezembro. Também estão na linha de produção três empurradores fluviais de casco duplo para a armadora Transdourada, que serão lançados em setembro. Outra encomenda de porte são as 32 barcaças de minérios, com duas mil toneladas de capacidade cada uma, para a Seamar, subsidiária da Vale, que serão entregues ao longo de 2010. A mineradora também encomendou dois empurradores diesel-elétricos de 5 mil kW de potência. A carteira do estaleiro ainda conta com duas balsas oceânicas para a armadora Locar, que serão entregues este mês.
Com capacidade de processamento de duas mil toneladas de aço por mês, o estaleiro também está disputando os bunkers da Petrobras e estuda concorrer pelos navios oceanográficos da Marinha do Brasil e as embarcações da guarda costeira. “Enxergando com otimismo o mercado de construção naval no Brasil, as perspectivas continuam boas apesar da crise. Estamos negociando com vários clientes e temos perspectivas firmes de ganhar contratos para novos rebocadores, comboios fluviais e barcos de apoio”, diz Fábio Vasconcellos, diretor comercial e de novos negócios do ERM. O estaleiro Beconal, do grupo Bertolini, fabricante de embarcações fluviais, é um dos que está mirando no offshore. Seu projeto de expansão prevê a construção de uma nova planta totalmente indoor ao lado da atual. O ambiente livre dos problemas ocasionados pelas mudanças climáticas irá permitir que a linha de produção funcione durante todo o ano.
Desde o recebimento da matéria-prima até a montagem final na carreira e o lançamento da embarcação serão realizados em ambiente abrigado. “É uma construção inédita no país. O layout visa minimizar o transporte na linha de produção. Vamos ganhar muito mais produtividade”, diz o gerente industrial Flávio Silveira. O novo estaleiro irá contar com linhas otimizadas e automatizadas de fabricação de painéis, tratamento de superfície e pintura, três carreiras também cobertas, pontes rolantes e pórticos com capacidade de até 100 toneladas, além de software de controle e pessoal qualificado. As obras civis começaram em junho, acompanhando a chegada do período de estiagem. A empresa calcula em 12 meses a conclusão da obra.
Hoje o Beconal processa cerca de 400 toneladas de aço por mês, número que deve subir para 1,5 mil com a conclusão da expansão. “Com a consolidação destes investimentos, entraremos também no mercado de fabricação de equipamentos offshore”, prevê Silveira. Como a ampliação contará com automatização, o número de funcionários não deve aumentar. Hoje trabalham no local 205 pessoas. Desde o início de suas atividades, em janeiro de 2006, o Beconal entregou 37 cascos, uma média de um mês e cinco dias para cada um. Hoje a empresa possui 17 obras em andamento: seis balsas graneleiras de 2.500 dwt para a Bertolini, uma petroleira de 600 metros cúbicos de capacidade para a Transportadora Planalto, quatro empurradores de 600 HP, duas lanchas patrulha em alumínio com 30 pés, dois iates de alumínio de 100 pés, e um terminal flutuante de carga, obra do PAC encomendada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para instalação no município de Novo Airão (AM).
No ramo dos reparos navais, a Hermasa Navegação, braço logístico do grupo André Maggi, resolveu investir. A empresa já possuía uma planta para manutenção de sua frota, mas em terrenos alugados e de pequena dimensão. Com o aumento da quantidade de embarcações próprias, ela decidiu adquirir um terreno de 16 mil metros quadrados em Itacoatiara (AM) e já possui a licença ambiental e o projeto nas mãos. A nova planta irá contar com quatro carreiras, um dique flutuante e uma área coberta para otimizar a produtividade na época das chuvas. O investimento estimado é de R$ 15 milhões. “A construção vai levar de 15 a 18 meses. Estamos aguardando a aprovação do pedido de financiamento no FMM, mas faremos algumas obras com recursos próprios porque precisam ser feitas na época de baixa dos rios, que se inicia agora”, afirma João Zamboni, diretor superintendente da Hermasa.
Hoje a capacidade de atendimento do local por mês é de até três navios para grandes reparos e 15 para reparos de manutenção. A frota atual da empresa é de 10 empurradores e 94 barcaças (73 graneleiras e 21 mineraleiras). Há, ainda, 14 barcaças para grãos sendo construídas. O estaleiro emprega 40 funcionários atualmente, número que deve aumentar com a conclusão das obras. Exportação. Um dos objetivos de quase todo estaleiro estabelecido ou em construção no país é ser competitivo para atuar futuramente no mercado internacional. Sabe-se que em algum momento a carteira de encomendas brasileiras vai começar a arrefecer e os projetos de estaleiros, que envolvem capital  intensivo, são calculados para dar retorno durante longos anos. “Todos os estaleiros precisam ter essa premissa. Precisam produzir competitivamente para ter um mercado pleno”, afirma o diretor do Ebasa, Alberto Padilla. Quando esta hora chegar, um dos alvos da indústria nacional está do outro lado do Atlântico. A África ainda possui muitos campos de petróleo não-explorados e sofre com a carência de tecnologia avançada, hoje desenvolvida aqui. “O Brasil tem a mesma língua e mesma origem dos países africanos, o que facilita sua atuação. Só é preciso ser competitivo”, completa Padilla. Hoje o atendimento a estrangeiros já é realidade, ilustrada pela contratação do Eisa pela PDVSA. A possibilidade de atuação no meio global é vista por empresários como fruto do aumento da competitividade dentro do próprio país.
A descentralização do polo de construção no Sudeste foi uma resposta às iniciativas do governo na redução de impostos e em políticas de atração de empresas, além do substancial aumento da demanda. Para Vasconcellos, do Estaleiro Rio Maguari, a implantação de estaleiros fora do eixo Sudeste é uma busca dos empresários por melhores condições de localização, buscando aumentar a proximidade com o mercado europeu e americano. O ERM também está atento às oportunidades exportadoras. Embora a Seamar seja uma empresa da Vale, o estaleiro ressalta que as embarcações em construção serão utilizadas na hidrovia do Rio Paraguai. Segundo Vasconcellos, há perspectivas no mercado internacional em função das consultas que vêm sendo realizadas. “A competição sempre foi acirrada e continua assim. Mas temos o diferencial do cumprimento dos prazos e das condições comerciais acordadas”, diz.



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