Ao deixar o posto de presidente da Petrobras nesta segunda-feira, José Sergio Gabrielli afirmou que a construção de bens da indústria petrolífera no Brasil "contraria interesses de alguns".
Gabrielli transmitiu o cargo para Maria das Graças Foster, que assume a estatal sob a premissa de manter a política de conteúdo nacional determinada pelo ex-presidente Lula e mantida pela presidente Dilma Rousseff, como ela mesma fez questão de frisar em discurso.
"Não abriremos mão de nossa decisão de garantir percentuais de conteúdo local nas compras da Petrobras", disse Dilma durante solenidade de posse de Graças Foster, a quem chamou de "graciosa" ao final do discurso.
Gabrielli não especificou quem são os contrariados com o avanço da indústria naval nacional, que tem crescido nos últimos anos depois que a Petrobras reduziu drasticamente importações de plataformas, petroleiros e, mais recentemente, sondas de perfuração, para construir tais equipamentos no Brasil.
Fontes consultadas pela Reuters disseram que o executivo se referiu a estaleiros asiáticos, que acabaram por perder mercado para a indústria brasileira de construção naval.
A Transpetro encomendou 49 navios a estaleiros nacionais em programa de renovação da frota da Petrobras.
A estatal também passou a exigir conteúdo local mínimo elevado nas licitações de plataformas.
Na semana passada, a estatal concluiu a maior licitação da sua história ao contratar 26 sondas de perfuração, com conteúdo local exigido variando de 55 a 65 por cento.
Fonte: Reuters Brasil / Sabrina Lorenzi e Leila Coimbra
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