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Desafio da Engevix em Rio Grande é mão de obra

Projeto é voltado à exploração da camada pré-sal e vai exigir a contratação de 3.500 pessoas qualificadas
O maior desafio da empresa Engevix Construções Oceânicas, que venceu a licitação para a construção de oito cascos para a exploração na camada pré-sal, será qualificar e encontrar mão de obra especializada para os trabalhos. A afirmação é do engenheiro Daniel Peres, vice-presidente da empresa, que apresentou, ontem, o projeto do empreendimento a ser desenvolvido pela Engevix no Polo Naval de Rio Grande, a partir da compra do Estaleiro Rio Grande e do contrato de US$ 3,5 bilhões recém-fechado com a Petrobras.
Em reunião-almoço na sede campestre da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs), Peres destacou que será necessário treinamento de grupos para desenvolver as tarefas. "Haverá concentração de demanda de mão de obra especializada, o que é motivo de grande preocupação", frisou o engenheiro. Ele chamou atenção para o fato de que não existem profissionais preparados para este trabalho no Brasil, "muito menos em Rio Grande". Além de encontrar pessoas capacitadas, ainda será preciso que a empresa providencie infraestrutura para a acomodação das famílias dos trabalhadores. O alojamento no local deverá comportar 150 pessoas.
O projeto da Engevix prevê a formação de 3.500 postos de trabalho, a partir de julho de 2011, quando se inicia o processo de fabricação dos cascos, formados, cada um, por 28 blocos de aço, com 500 toneladas. No decorrer dos quatro anos seguintes (no pico das obras), deverão estar empregados sete mil profissionais, entre engenheiros, moldadores, administradores, economistas, médicos, entre outros. Toda esta mão de obra consumirá US$ 2 bilhões dos recursos envolvidos com o empreendimento. O objetivo é que a maior parte de trabalhadores seja contratada na região, mas Peres já prevê a utilização de mão de obra de diversas partes do País.
Juntos, os cascos terão capacidade para produzir e armazenar 1,6 milhão de barris de óleo cru, e as plataformas serão destinadas à exploração de petróleo e gás nos campos do pré-sal. Estes equipamentos irão realizar o processamento primário do óleo, seguido de estocagem e despacho para o continente. "As estruturas serão semelhantes ao navio petroleiro P-53, que há alguns anos foi convertido em unidade de produção de óleo e gás", comparou o vice-presidente da companhia. Segundo ele, a meta da Engevix é executar o primeiro casco em três anos, "sendo que o restante da fabricação será produzido de quatro em quatro meses, a partir daí". Visando a acelerar os serviços, a empresa deverá aproveitar a capacidade do dique seco gaúcho, trabalhando de dois em dois cascos por vez. As empresas parceiras da empreitada serão a GVA, da Suécia, e a Cosco, da China. A companhia sueca deverá realizar o projeto básico e a definição do que serão as plataformas, bem como se dará o suporte durante a construção por parte da Engevix. Já o Estaleiro Cosco atuará como consultor de construção, desenhos de fabricação e suporte técnico. Peres diz que a empresa tem pressa no início dos trabalhos. "As fábricas para produção de painéis e blocos de aço ainda devem ser erguidas". A Engevix e o Funcef (Fundo dos Funcionários da Caixa Econômica Federal) investiram R$ 410 milhões para comprar da WTorre o Estaleiro Rio Grande 1 (ERG-1), que já possui licença ambiental, e o ERG-2, ainda em processo de licenciamento.

Fonte: Jornal do Commercio (RS)/Adriana Lampert


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