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Desafios ainda são muitos, alertam os especialistas

Imprevisível. É assim que especialistas classificam a Petrobras e seus resultados. Em relatório sobre as expectativas quanto aos resultados das companhias brasileiras em 2013, o BTG Pactual chegou a neutralizar a petrolífera em suas contas. Considerou que a empresa não terá incremento em seus resultados em relação a 2012. "Os ganhos da Petrobras irão depender da magnitude dos próximos aumentos de preços da gasolina e do diesel a serem autorizados pelo governo - algo, que para dizer o mínimo, é praticamente imprevisível."

Para Otávio Vieira, sócio da Fides Asset Management, a convergência dos preços cobrados pela Petrobras para aqueles praticados no mercado internacional é apenas um dos fatores a serem avaliados. Vieira também considera necessárias uma "maior eficiência dos custos e gastos com pessoal, maior transparência na política de investimento e processos licitatórios e redução sustentável do nível de endividamento, evitando risco de um novo aumento de capital e de rebaixamento da qualidade dos títulos perante as agências de classificação de risco".

Para Ivan Guetta, gestor de ações da GAP Asset Management, é preciso estar atento à execução também dos planos de "desinvestimento", ou seja, a venda de ativos anunciada pela presidente da companhia, Maria da Graça Foster, na apresentação do Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 em março. "Esse é um ponto positivo. Pode gerar caixa e dar fôlego financeiro para a companhia", afirma. Pelo plano, os ativos postos à venda no Brasil e no exterior têm capacidade de gerar, aproximadamente, US$ 9,9 bilhões para o caixa da empresa em 2013.

O gestor da GAP ressalta que, nos níveis atuais de preço, o papel preferencial (PN, sem direito a voto) já oferece um retorno com dividendos ('dividend yield') em torno de 5% este ano. Ou seja, quem comprar R$ 100 em ações da Petrobras receberia R$ 5 em proventos. "O 'yield' já é razoável. A empresa não está apresentando bons resultados. Mas pelo menos há uma remuneração ao acionista", afirma Guetta. "Olhando o preço corrente do papel PN, o dividendo já parece atraente. Mostra capacidade da empresa de gerar lucros", afirma Alexandre Silvério, gestor de ações da Quest Investimentos.

Olhando para a história recente da empresa, é possível entender o receio de gestores, analistas e investidores em relação à empresa. Nos últimos anos, a petrolífera frustrou as expectativas de muitos deles. "Historicamente, a Petrobras não cumpre suas metas de produção" e "os projetos (...) atrasam". Frases como essa frequentemente foram ditas por analistas, críticos ou investidores desapontados ao ver as ações perderem tanto valor nos últimos anos (ver gráfico nesta página). As afirmações constam também na apresentação do Plano de Negócios 2012-2016 feita por Graça Foster no dia 25 de junho do ano passado.

O mea culpa da presidente da companhia até contribuiu para melhorar a confiança dos gestores e analistas na nova gestão, mas durante todo o ano de 2012, as ações tiveram momentos de quedas fortes, como no próprio dia da apresentação, quando os papéis caíram mais de 8%. Uma mostra de que o mercado não estava disposto a dar logo um voto de confiança, mas sim esperar mais para ver se, de fato, a nova direção conseguiria obter apoio para as ações que consideravam necessárias na companhia.

Muitos ainda preferem continuar só observando. "Ainda não nos animamos com a história da empresa", diz Roberto Kropp, que lidera a área de gestão de recursos do Daycoval. Se a melhora de humor ganhará corpo ou será brisa passageira, o tempo dirá. (KS e AP. Colaborou Catherine Vieira)

Fonte: Valor Econômico






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