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Descoberta no pré-sal é uma das mais significativas, diz sócia da Petrobras

A descoberta de petróleo em Carcará é "uma das mais significativas" do pré-sal da bacia de Santos e pode se mostrar ainda mais promissora, já que o poço não foi complemente perfurado, disse à Folha João Carlos de Luca, presidente da Barra Energia, sócia minoritária (10%) da Petrobras no projeto.

Segundo o executivo, ainda é "prematuro" prever os volumes de petróleo contidos no reservatório, mas a identificação de uma coluna de óleo de 400 metros de profundidade indica que se trata de uma das maiores descobertas do pré-sal.

Sem precisar número, De Luca disse que situar a descoberta entre os campos de Guará, rebatizado para Sapinhoá pela Petrobras (com reservas de 2,1 bilhões de barris), e Lula (6,5 bilhões de barris) é "um bom palpite."

O otimismo se justifica também porque a perfuração do poço --até agora com uma profundidade de 6.213 metros-- se estenderá por mais 400 ou 500 metros, de acordo com o executivo, que já foi diretor da Petrobras, presidiu a filial brasileira da Repsol e comanda o IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo).

CARACTERÍSTICAS DE CARCARÁ

Outra vantagem, diz, é que os reservatórios são contínuos e interconectados ao longo desses 400 metros de coluna de óleo --extensão que pode subir com a continuidade da perfuração. Tal característica, afirma, amplia o potencial de produção de óleo.

"Se o reservatórios foram intercortados e intercalados com zonas onde não há registro de óleo, áreas efetivamente produtivas são menores. Podem cair para, por exemplo, 30 metros. Não é esse o caso. Grande parte dos 400 metros são de zonas produtoras", diz De Luca.

Ele ressalta as características favoráveis das rochas onde foram localizados os reservatórios --o petróleo está contido nos poros de estruturas rochosas submersas. Porosos e permeáveis, a natureza das rochas, diz, indica que o poço será de "grande produtividade", pois há sinalização que o óleo tende a fluir melhor.

OUTRAS DESCOBERTAS

Também ex-executivo da Petrobras, o diretor-executivo da companhia, Renato Bertani, destaca que a descoberta reforça a viabilidade de outras reservas próximas a Carcará, também localizada no bloco de concessão BM-S-8, e ressalta a boa qualidade do óleo --do tipo leve (31º API), de maior valor comercial-- e a melhor fluidez do reservatório.

Já foram realizadas outras duas descobertas na área em outros dois poços perfurados (Bem-Te-Vi e Biguá). Para De Luca, porém, Caracará é "sem dúvida, a mais promissora".

Cauteloso, Bertani disse, porém, é necessária ainda uma "amarração mais cuidadosa" de outras análises e informações para dimensionar o tamanho da descoberta.

OPERAÇÃO DO BLOCO

Carcacá está num bloco de concessão operado pela Petrobras, líder do consórcio (66%) e responsável pela operação --a estatal define cronograma de perfuração, a contratação de bens e serviços e, no futuro, os planos de produção e desenvolvimento do campo.

São sócias a portuguesa Galp (14%), a Queiroz Galvão Exploração e Produção (10%) e a Barra (10%).

Queiroz Galvão e Barra compraram e dividiram uma participação de 20% colocada à venda pela Shell no ano passado. "Foi um ótimo negócio", diz De Luca.

SILÊNCIO DA PETROBRAS

Procurada, a Petrobras não se manifestou nem respondeu aos questionamentos da reportagem. A Folha apurou, internamente, que executivos da companhia consideram como uma importante descoberta do pré-sal.

No plano da estatal, a previsão é iniciar a produção da reserva em 2018.

Fonte: Folha






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