Presidente valorizou os projetos de educação em tempo integral do Estado e respondeu aos aplausos da população
Acompanhada do ministro da Educação, Aloísio Mercadante, Dilma inaugurou a escola profissionalizante Jaime Alencar de Oliveira, que tem capacidade para receber 540 alunos em tempo integral fotos: ROBERTO STUCKERT FILHO/divulgação
A maratona de eventos programada pelo governo do Estado para a visita da presidente Dilma Roussef à Fortaleza terminou ao anoitecer, quando ela inaugurou, oficialmente, a Escola Jaime Alencar de Oliveira, no bairro Luciano Cavalcante, e aproveitou para defender a aplicação de 100% dos royalties do petróleo para a educação nacional. A proposta defendida por ela está, atualmente, sob avaliação do Congresso Nacional.
"Nós sabemos que o petróleo não é renovável. Então, tem que transformar essa riqueza no que há de mais nobre no País, no desejo de darmos uma vida melhor para nossos filhos e isso se consegue com educação", declarou a presidente, para uma plateia formada, principalmente, por estudantes secundaristas.
Nos bastidores, enquanto visitava as instalações da 18ª instituição de ensino estadual de educação profissional construída em Fortaleza, Dilma recebeu de representantes do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará, a Apeoc, um manifesto que também defendia o emprego de 100% dos royalties do petróleo na educação brasileira.
Ensino integral defendido
Acompanhada do ministro da Educação, Aloísio Mercadante, a chefe do executivo nacional valorizou o investimento em escolas profissionalizantes como a inaugurada por ela, como forma de garantir o desenvolvimento dos estados e do País. De acordo com dados do governo do Estado, a Escola Jaime Alencar de Oliveira tem capacidade de receber até 540 alunos em tempo integral e terá 180 estudantes matriculados ainda em 2013. A escola será administrada pela Prefeitura de Fortaleza.
Outro projeto também enfatizado por Dilma foi o "Alfabetização na Idade Certa", o qual arrancou elogios para o governador Cid Gomes. "Aqui, no Ceará, tem uma das melhores práticas educacionais do Brasil e eu quero que ocorra nos melhores rincões do País", disse.
Recepção da população
Na frente do novo estabelecimento de ensino da Capital, muitos populares demonstraram carinho com a presidente da República
Ao subir no púlpito, no primeiro contato do governador fora do Centro de Eventos do Ceará, ontem, Cid Gomes foi recebido por aplausos e vaias, as quais entoavam palavras de ordem como "queremos vagas" e "Cid, fora". No meio da cerimônia, quando o chefe do executivo estadual discursava, uma faixa da Cooperativa dos Profissionais de Enfermagem do Ceará (Coopen-CE) foi levantada com a frase "Exigimos reajuste da hora de trabalho já".
Nem Cid, nem Dilma fizeram menção à provocação dos manifestantes. Ela, aliás, não despertou protestos da plateia. Foi ovacionada e retribuiu: "O Ceará foi um dos estados onde eu mais fui votada nas eleições. Agora, eu me sinto a presidente de todos os cearenses. Beijo em cada um".
Alguns pleitos ainda serão analisados
Apesar de ter se declarado satisfeito com as medidas apresentadas ontem pela presidente Dilma Rousseff de combate aos efeitos da seca no Nordeste, o governador Cid Gomes afirmou que algumas reivindicações feitas ainda serão analisadas pelo governo federal.
Uma delas diz respeito a um aporte de capital para as empresas públicas que prestam o serviço de abastecimento de água. No caso local, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). "Eu citei o exemplo de Quiterianópolis, que tem sete mil habitantes e é abastecida pela Cagece. O açude manancial secou, a cidade está toda sendo abastecida por carro-pipa e a Cagece não tá recebendo conta e tá tendo um gasto muito mais que o normal com atendimento de carro-pipa. Então, as empresas estão tendo um gasto muito grande e com tendência de se agravar", esclareceu Gomes.
Em relação ao assunto, ele disse que a presidente não deu uma posição, mas ficou de estudar com a área da Fazenda.
Outra demanda feita foi a desoneração do PIS/Cofins para estas companhias de abastecimento. No Ceará, exemplificou, a Cagece paga, anualmente, R$ 41 milhões com o tributo. "A presidente, muito corretamente, remeteu para um segundo momento, a partir de uma política efetiva que trate toda a questão tributária nacional, mas que esteja vinculada à redução da tarifa, como já fez com a energia elétrica", explicou.
Cid também disse que foi solicitada a ampliação do horário com tarifa diferenciada rural de energia, a chamada tarifa verde da Coelce, no exemplo local.
"Nas companhias de eletrificação, de 9h30 da noite às 6h da manhã, a energia é 30% do valor normal. Foi pedida a prorrogação desse horário principalmente para pequenos produtores. Ela ficou de levar o pedido ao Ministério de Minas e Energias", adiantou. (SS)
Euforia entre os populares
Aplausos, gritos e muitos "flashes" predominaram, no fim da tarde de ontem, no contato da presidente do País, Dilma Rousseff, com os centenas de populares que a esperavam do lado de fora da Escola Estadual de Educação Profissional Jaime de Oliveira, localizada na Avenida Rogaciano Leite, s/n, no bairro Luciano Cavalcante.
Se a ida da presidente ao local tinha como objetivo inaugurar a unidade escolar e fazer a entrega de 14 ônibus escolares como parte do Programa Caminho da Escola, para os populares a meta era uma só: ver, ouvir e tocar na chefe da Nação.
Em parte, muitas dessas pessoas puderam realizar o seu desejo. Embora ao chegar do Centro de Eventos - acompanhada do governador do Estado Ceará, do prefeito de Fortaleza e de diversas outras autoridades - Dilma Rousseff tenha entrado de imediato na escola que iria inaugurar, poucos minutos depois ela se dirigiu à fachada do prédio. Nem mesmo o alambrado existente no local a impossibilitou de cumprimentar e receber o carinho das pessoas.
Retribuição
Do lado interior do alambrado, Dilma distribuiu um sorriso sereno para estudantes, adultos e até anciões. Além de fotografá-la e filmá-la, as pessoas tentaram pegar na presidenta ao penetrar suas mãos naquela espécie de cerca. Dilma retribuiu o gesto e segurou, afetuosamente, as mãos de muitos populares.
Do lado de fora da calçada, houve muito corre-corre e empurra-empurra. "Eu gostei dela. É simpática, é do jeito que eu imaginava", declarou a dona de casa Lúcia Brasil, residente a menos de 200 metros da Av. Rogaciano Leite, na Rua Esmerindo Mendes.
Já o estudante Francisco Weryson Silva, 16 anos, da Escola Profissional Rita Aguiar Barbosa, elogiou a elegância de Dilma, e confessou ter ficado satisfeito em vê-la, apesar da multidão e dos empurrões que enfrentou.
Maria de Lourdes Lima Moreira, também moradora do bairro, compareceu ao local acompanhada da filha Maria Adelma e da neta Maria Higineo. Não conseguiu ver a presidente de perto. Mas fez questão de afirmar que está gostando da gestão de Dilma Rousseff. "Ela é uma mulher séria e trabalhadora", disse.
Apesar de tranquilidade, a visita da presidente a essa unidade de ensino contou com um forte esquema de segurança que buscou prevenir qualquer incidente. Foram para o local homens da Polícia Militar do Batalhão de Eventos, Pelotão de Motos e Batalhão de Choque, além do efetivo da Casa Civil e Polícia Federal. A organização do tráfego de veículos ficou por conta da Polícia Rodoviária e da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC).
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
PUBLICIDADE