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Dilma demite mais seis dos Transportes e mira superintendências

O governo começou a dar sinais de que pretende se antecipar às denúncias diárias que rodeiam a cúpula dos Transportes. Ontem, mais seis pessoas envolvidas com os escândalos do Ministério dos Transportes foram exoneradas. O corte foi assinado pela ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro dos Transportes, Paulo Passos.

Entre as exonerações estão os servidores Estevam Pedrosa, subsecretário de assuntos administrativos; Mauro Sérgio Almeida Fatureto, coordenador-geral de administração geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit); e Luiz Claudio dos Santos Varejão, coordenador-Geral de operações rodoviárias do Dnit, dispensas que, segundo o governo, já resultam do pente-fino e da reestruturação cobrada pela presidente Dilma Rousseff. Dessa forma, o governo pretende se antecipar às denúncias que têm sido expostas diariamente pela imprensa, em vez de apenas reagir à divulgação de um novo escândalo.

O próximo passo deverá atingir em cheio as superintendências do Dnit, uma área cinzenta e repleta de interesses que, de longe, extrapolam a mera execução de obras.

Desde que a cúpula dos Transportes mergulhou na crise, lideranças do PR têm insistido que a Pasta não é loteada politicamente e que essa postura também vale para o Dnit, responsável por toda a logística do país. Em audiências no Congresso, o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, que oficialmente está em férias, afirmou que "o Dnit não é um feudo do PR" e que as nomeações são técnicos. Não é o que demonstram as nomeações das superintendências regionais da autarquia.

Levantamento feito pelo Valor aponta que, das 27 diretorias regionais do Dnit, distribuídas pelos 26 Estados do país mais o Distrito Federal, pelo menos 16 estão umbilicalmente ligadas às lideranças do PR (veja quadro). Nos Estados de Alagoas, Amazonas, Roraima, Mato Grosso do Sul, Pará, Amapá, São Paulo, Sergipe, Goiás e no Distrito Federal, a liderança está nas mãos de pessoas oficialmente filiadas ao partido. Nos Estados de Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco e Tocantins, o comando é feito por servidores não filiados ao PR, mas indicados por líderes do partido.

Entre os mais recentes integrantes do Partido da República está o superintendente do Dnit no Pará e Amapá, João Claudio Cordeiro da Silva Júnior. Servidor de carreira do extinto DNER, Silva Júnior assumiu o comando regional da autarquia apenas três dias depois de ter se filiado ao PR, em 5 de abril deste ano.

Ontem, Paulo Passos passou o dia reunido com técnicos no ministério para esmiuçar os grandes contratos do Dnit nos Estados, principalmente aqueles listados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Na linha de frente do governo estão superintendências como a do Mato Grosso, coordenada por Nilton de Britto, suspeito de tráfico de influência envolvendo benefícios para a empreiteira de seu irmão, Milton de Brito, conforme denúncia publicada ontem pela "Folha de S.Paulo".

A regional do Dnit no Paraná também é alvo de uma análise cirúrgica pelo governo. Liderada por José da Silva Tiago, amigo de Luiz Antônio Pagot, a superintendência é alvo de suspeitas de irregularidades em obras rodoviárias na cidade de Maringá. Em Santa Catarina, regional que está sob o comando do petista João José dos Santos, também são analisadas suspeitas de fraude em licitações para duplicação da BR-280.

No quartel general do Dnit, em Brasília, é esperada ainda a exoneração do diretor de infraestrutura rodoviária do Dnit, Hideraldo Caron, que é ligado ao PT. O presidente interino da Valec, Felipe Sanches, também está cotado para ser afastado.

Com tanta gente saindo, o governo tem suado a camisa para tentar repor os cargos. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff havia indicado o nome do contador e administrador Augusto César Carvalho Barbosa de Souza para assumir a diretoria de administração e finanças do Dnit. Nesta segunda-feira, voltou atrás e pediu ao Senado a retirada de pauta do nome de Souza.

A oposição apresentou ontem um requerimento em que solicita a convocação do ministro dos Transportes para que preste esclarecimentos sobre o número de contratos aditivos realizados em sua gestão na Pasta em 2010 e também sobre o volume de recursos autorizados durante o mesmo período.

Em outro documento, o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP) convida Frederico Dias, um assessor do Dnit que, de acordo com as acusações, despachava com políticos a liberações de obras. O deputado tucano protocolou ainda na Procuradoria Geral da República um aditamento para que também sejam investigados Gustavo Pereira, filho do ex-ministro Alfredo Nascimento; Hideraldo Caron, José Henrique Sadok, Antonio Felipe Sanches Costa.

(Fonte: Valor Econômico/Colaborou Caio Junqueira, de Brasília/André Borges | De Brasília)


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