A presidente Dilma Rousseff atribuiu a seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva a retomada da indústria naval brasileira, ontem em Rio Grande, no Sul do Estado. “Tem uma pessoa que não está aqui hoje, mas a essa pessoa nós devemos este estaleiro, que é o ex-presidente Lula”, destacou, para qualificar como “muito sábia” a decisão de fortalecer o segmento, tomada no governo anterior. “Este País não podia continuar exportando emprego e oportunidades para o resto do mundo”, afirmou.
O breve pronunciamento de Dilma, de menos de cinco minutos, substituiu uma solenidade que contaria com a participação de diversas autoridades, entre as quais a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. A decisão de trocar os discursos por uma rápida saudação aos trabalhadores foi tomada por causa da chuva torrencial que caiu sobre a cidade. Reunidos à frente de um palco montado ao lado do Dique Seco, centenas de trabalhadores dos estaleiros esperaram por mais de uma hora para ver Dilma, protegidos por capas plásticas.
Ao final da saudação, a presidente, também molhada pela chuva que chegava ao palco, agradeceu aos trabalhadores por terem construído o polo naval do Rio Grande e aconselhou todos a buscarem abrigo. “Saiam da chuva, porque senão vocês vão pegar gripe”, disse, ao se despedir.
Em sua visita ao polo naval de Rio Grande a presidente da República percorreu os canteiros de obras das plataformas P-63, P-58 e P-55 e os estaleiros Rio Grande e Quip, localizados em diferentes áreas do porto de Rio Grande. Somados à plataforma P-53, concluída em 2008, e à indústria de apoio que está se estabelecendo na região, os investimentos no polo naval gaúcho são estimados em US$ 20 bilhões. Atualmente, os estaleiros empregam cerca de 4,5 mil trabalhadores.
A plataforma P-55 será levada ao campo de Roncador, no Rio de Janeiro, e terá capacidade de extrair 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de metros cúbicos de gás diariamente, enquanto que a P-58 fará exploração de petróleo no Espírito Santo. A P-63 vai operar no campo Papa Terra, na bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
Presidente discursará domingo na assembleia da ONU em Nova Iorque
A presidente Dilma Rousseff viaja no próximo domingo para Nova Iorque, onde discursa na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Dilma ainda prepara o discurso, mas a disposição da presidente é de ressaltar vários aspectos do cenário internacional - como os impactos da crise econômica - e do regional, como a manutenção do apoio para a reconstrução do Haiti e os avanços obtidos na Conferência das Nações para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro.
Dilma pretende destacar que os esforços para o combate à crise econômica internacional devem manter as metas de inclusão social. Também vai defender a necessidade de se garantir apoio às vítimas de situações de crise, como é o caso da população síria. A questão da busca da paz por meio do diálogo entre palestinos e israelenses é considerada essencial pela presidente.
A assessoria da presidente foi procurada por enviados de vários presidentes e primeiros-ministros estrangeiros para reuniões bilaterais. Mas, por enquanto, confirmou apenas um encontro, com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que deve ocorrer antes da abertura da assembleia geral.
Não há confirmação de encontros com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em campanha pela reeleição, e com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, principal negociadora da União Europeia com os países que mais sofrem os impactos da crise econômica internacional.
No entanto, no retorno a Brasília, está confirmada a reunião com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. Ambos se encontram no dia 27, às 15h, no Palácio do Planalto. Em seguida, haverá uma declaração à imprensa.
Com o primeiro-ministro britânico, Dilma deverá conversar sobre os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, a partir das experiências da Olimpíada de Londres deste ano. Para as autoridades brasileiras, os jogos em Londres foram um exemplo de transparência e inclusão social.
Fonte: Jornal do Commercio/RS
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