A polêmica distribuição dos royalties do pré-sal só será votada depois  das eleições. A decisão foi tomada hoje (29) em reunião convocada pelo  presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no CCBB, atual sede do governo, na  qual participaram cerca de 35 senadores da base aliada. Na reunião,  Lula cobrou o encerramento da votação dos projetos de criação da  Petrosal, capitalização da Petrobrás e do projeto que cria o Fundo  Social com recursos do pré-sal até o final de maio, no Senado, e até o  final de junho, na Câmara, para encerrar esta parte do processo.
 O governo anunciou ainda que vai retomar os leilões dos blocos de  exploração de petróleo em alto mar, que estão parados desde novembro de  2007, no mês de julho. "Queremos retomar a rodada de leilões, de acordo  com orientações definidas pelo Ministério das Minas e Energia e a  Agência Nacional de Petróleo em julho. Queremos explorar as riquezas a  partir de julho", declarou o ministro das Relações Institucionais,  Alexandre Padilha, ao final da reunião.
 "O presidente foi muito veemente. Em tom firme e, mais do que isso, foi  um apelo para finalizar tudo este semestre porque avaliamos que o Senado  e o Congresso não podem fugir à responsabilidade de dar ao país um novo  marco regulatório do pré-sal até julho", insistiu Padilha, ao salientar  que o projeto dos royalties, quando voltar a ser apreciado, depois das  eleições, será em regime de urgência. "A urgência constitucional será  mantida e a base está unida em relação ao mérito", avisou.
 O governo prometeu levar o presidente da Petrobrás, José Sérgio  Gabrielli, ao Congresso na próxima quinta-feira para dar explicações à  base e à oposição sobre o que quiserem em relação à partilha. Na  reunião, de acordo com Padilha e com o líder do governo no Senado,  Romero Jucá (PMDB-RR), a questão dos aposentados, que poderá ser um  fator complicador neste cronograma pré-estabelecido pelo governo, se ela  for votada na Câmara nas próximas semanas, não foi tratada.
 Em relação à ameaça da oposição de obstruir as votações e impedir que o  cronograma do governo seja cumprido, Jucá avisou que há entendimento  unânime entre os senadores da base de votar as propostas, que "a  obstrução é legítima" e que a decisão, então, poderá ser no voto "A  primeira missão da base é se entender. Conversar com oposição é depois e  se ela quiser fazer obstrução, vai perder no voto", ameaçou.
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Fonte: Cruzeiro On Line/ Tânia Monteiro - AE

















