O grupo norueguês DOF ASA, controlador no Brasil das empresas Norskan Offshore e DOF Subsea, tem planos de continuar a expandir as atividades de apoio marítimo depois de uma década de bons resultados. Desde 2001, quando a Norskan se estabeleceu no país, o grupo investiu US$ 1 bilhão na construção e operação de navios que prestam serviços à indústria de petróleo e gás. Nos próximos dois anos, o grupo vai investir mais US$ 500 milhões no mercado brasileiro, dos quais 80% financiados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), fonte de financiamento de longo prazo para o setor. Os 20% restantes serão de recursos próprios.
A maior parte do dinheiro será aplicada na construção de navios, mas também haverá investimentos em treinamento de pessoal. Hoje, o grupo tem em operação no Brasil 24 embarcações, o que representa 32% da frota global da empresa de 74 embarcações. O grupo opera em regiões como Ásia, Mar do Norte e Costa Oeste da África, mas é no Brasil onde o DOF tem a maior parte da frota. "Não há outro lugar em que o grupo tenha tantos navios concentrados", disse Eirik Torressen, diretor-geral do grupo no Brasil. No país, o DOF tem 1,3 mil empregados.
O grupo tem ainda quatro navios em construção no Brasil, número que representa 40% da frota global de 10 embarcações encomendadas pelo grupo a estaleiros de diferentes países. O próximo navio a ser entregue no Brasil é o Skandi Iguaçu, que será batizado na quinta-feira em cerimônia no estaleiro STX, de Niterói (RJ), controlado pelo grupo coreano homônimo. O DOF coloca todas as encomendas de navios, no Brasil e no exterior, junto ao STX. "Não temos planos de controlar um estaleiro no Brasil porque temos uma boa relação com a STX, mas isso não quer dizer que não possamos fazê-lo no futuro", disse Torressen. Em 2011, a receita global do grupo foi de cerca de US$ 1,2 bilhão.
O Skandi Iguaçu, afretado à Petrobras em contrato de oito anos, ficará pronto para ser entregue à estatal cinco meses antes do prazo previsto em contrato. É o maior AHTS já construído no Brasil junto com outro navio do grupo com as mesmas características, o Skandi Amazonas, já entregue. O conteúdo local dos AHTS costuma ficar entre 50% e 60%. O fornecimento local desses navios inclui materiais e mão-de-obra, mas os principais sistemas são importados. O grupo já construiu no Brasil outros dois navios de maior porte do que os AHTS, que transportam âncoras de plataformas. Foram dois navios de lançamento de linhas (PLSVs), o Skandi Vitória e o Skandi Niterói, ambos operando para a Petrobras. O grupo não informa o valor investido no Skandi Iguaçu, equipado com sistema de propulsão híbrida (diesel-elétrico) que permite economia de combustível de 30%, disse Torressen.
Segundo ele, quando se instalou no Brasil, em 2001, o grupo começou operando com dois navios. Sete anos depois, em 2008, o número aumentou para oito embarcações, frota que em 2012 chegou a 24 navios e irá atingir 28 unidades em 2014. Desse total, 16 navios, ou 57% do total, terão bandeira brasileira. O número de navios construídos no país na frota do DOF poderá ser ainda maior dependendo das oportunidades que surgirem nas licitações feitas pela Petrobras para afretar modelos de apoio marítimo em contratos de longo prazo. Hoje, dos 24 navios do grupo em operação no Brasil, 12 têm bandeira brasileira e número semelhante bandeira estrangeira.
Todos os navios do grupo norueguês no Brasil, com exceção de um em construção, têm contratos de longo prazo com empresas operadoras de petróleo. Mas é comum o grupo começar a construção dos navios sem contratos. "Fazemos isso porque acreditamos no mercado brasileiro", disse Torressen. Os principais clientes do DOF no Brasil são Petrobras, Statoil, Shell, Chevron e OGX. No Brasil, as controladas do grupo, a Norskan Offshore, a DOF Subsea e a DOF Navegação, estão constituídas como empresas brasileiras de navegação.
Fonte:Valor Econômico/Por Francisco Góes | Do Rio
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