Foi preciso abreviar o protocolo da assinatura do memorando de entendimentos com a britânica NOF Energy, uma federação de empresas da área de energia, e a Fiergs. Antes da definição das combinações das oitavas de final da Copa, a solenidade estava marcada para o mesmo horário do jogo entre Brasil e Chile.
A indesejada coincidência quase marcou o primeiro passo concreto para reforçar o arsenal gaúcho na disputa pelos recursos da exploração do petróleo do pré-sal. Foi preciso contar com a compreensão dos ingleses, eliminados da competição pela Alemanha. Como foi possível conciliar, desoladas só ficaram as garrafas de vinho chileno que acompanharam o jantar de comemoração.
Mais do que os jogos, o que está em foco na missão empresarial com 36 participantes que esta semana terá contatos com empresas e instituições britânicas é ganhar experiência e aliados para a disputa dos investimentos que só a Petrobras projeta em US$ 224 bilhões em cinco anos. E a peça essencial para acender o apetite dos gaúchos é o polo naval do Sul do Estado.
Para o presidente da Fiergs, Paulo Tigre, a parceria com a NOF é uma forma de aproximar segmentos interessados na indústria de petróleo de uma boa experiência, que pode ajudar a preparar empresas gaúchas para o desafio.
Joanne Leng, diretora de desenvolvimento de negócios da NOF, diz que as empresas britânicas estão especialmente interessadas na escala que o setor de petróleo e gás assumiu no Brasil.
– Essa troca de experiências pode ajudar a explorar juntos mercados ao redor do mundo – acentuou Joanne.
Estado apresenta seu potencial para empresas britânicas
No primeiro dia de atividades, ontem, contatos individuais reuniram 114 empresas e instituições do Rio Grande do Sul e da Grã-Bretanha. Pelas anotações de Christopher Johson, da Clare, o encontro de fato colocou o Estado no mapa. Johnson desenhou em seu bloco o que viu na apresentação: o mapa do Brasil, com o Rio Grande do Sul em destaque. Sua empresa foi originalmente fundada em 1748, em Liverpool, para usar betume. Agora, produz lubrificantes de alta complexidade para equipamentos de petróleo. O executivo nunca havia ouvido falar desse Estado que agora se apresenta como porta de entrada para um mercado bilionário.
– Com o que ouvi sobre o pré-sal e a necessidade de proteger os equipamentos, acho que podemos pensar numa parceria no Brasil – disse.
O grupo gaúcho foi reforçado por representantes da Petrobras, do BNDES e da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Um dos objetivos é apoiar empresas de menor porte. A missão faz parte do Projeto de Apoio à inserção Internacional de Pequenas e Médias Empresas, financiado por Brasil e União Europeia.
Marta Sfredo viajou a convite da Fiergs
Fonte: Zero Hora/MARTA SFREDO/Enviada Especial/Newcastle, Grã-Bretanha
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