O manifesto dos funcionários do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), há uma semana, ainda deve estar confundindo a administração do empreendimento. Mesmo com as demissões informadas individualmente por telegrama, o EAS garantiu, via assessoria de Imprensa, não saber o número exato de desligados. Ontem, mais um corte foi realizado: segundo um funcionários, que não quis se identificar, o Convênio Farmácia foi retirado. “Tínhamos o acordo de adquirir produtos em lojas vinculadas. No fim do mês, nós pagávamos o valor, mas esse vínculo foi cortado sem aviso ou justificativa”, disse, informando que o clima está tenso, já que os vestiários estão sendo revistados constantemente pela segurança da empresa.
O EAS informou que o número de demitidos ainda será contabilizado. A empresa garantiu ainda que todos os benefícios concedidos, inclusive o Convênio Farmácia, estão ativos. Também foi comunicado que não haverá atrasos no cronograma de entrega dos navios e, inclusive, a do petroleiro João Cândido, mantida para outubro.
Segundo o caldeireiro recém-demitido, Cleyton Alves, integrante, inclusive, da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), a operação policial também continua na frente do EAS para “prevenção de manifesto e veto à entrada de servidores desligados”. A Cipa, instalada no EAS, é formada por 14 funcionários, dos quais 12 foram demitidos.
A pauta de reinvindicações de melhores condições do trabalho seria discutida em audiência no Ministério Público do Trabalho (MPT-PE) hoje. Em função de compromisso institucional, o procurador-chefe Fábio Farias reagendou nova mediação com o EAS e o Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal) para amanhã. Além da reintegração e estabilidade da Cipa, os trabalhadores querem discutir insalubridade, desvio de funções e equiparação de salários, entre outros.
CAMPANHA
O MPT-PE mediou proposta de reajuste salarial para os metalúrgico, que foi aprovada pelo Sindmetal, mas rejeitada pela classe patronal. Nela, trabalhadores que recebem acima do piso teriam reajuste geral de 10%. Para aqueles que recebem o piso, o reajuste seria de 12% (ajudantes), 15% (profissionais de pequenas empresas) e 20% (grandes empreendimentos). O piso da categoria é de R$ 600, R$ 805 e R$ 870, respectivamente.
Fonte: Folha de Pernambuco/ANDRÉ CLEMENTE
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