A diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Magda Chambriard, afirmou que serão feitos poucos ajustes no primeiro edital de venda de uma área do pré-sal brasileiro, o campo de Libra, que hoje está realizando uma audiência pública.
Segundo Magda, as sugestões recebidas da indústria "foram todas de menor importância, sem nada de relevante que coloque nossa proposta em xeque".
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Ela descartou aplicar correção monetária sobre os investimentos realizados, que depois servirão de base para calcular o lucro-óleo, que em parte servirá de remuneração da União.
"Por enquanto não estamos considerando essa hipótese, quando olhamos a pujança do projeto de Libra, nós não estamos vendo a necessidade de correção monetária", disse Magda. De acordo com a executiva, o valor dos investimentos serão compensados em um tempo "muito curto".
Ela negou também que o prazo do contrato, de 35 anos não prorrogáveis, possa ser modificado. "Quando tem um projeto desse tamanho é um projeto de país, temos interesse que aconteça o mais rápido possível".
Libra, no pré-sal da bacia de Santos, tem potencial entre 8 e 15 bilhões barris de petróleo, segundo Magda. O campo é a maior descoberta já feita no Brasil e se comprovar o volume máximo dobraria as reservas do país.
Os investimentos previstos para desenvolver o campo são da ordem de R$ 400 bilhões.
OUTRO LADO
Na avaliação do diretor-geral da francesa Total no Brasil, Denis Palluat De Besset, o único poço perfurado em Libra "é pouco para prover tanta quantidade de óleo", afirmou.
Ele explicou que a empresa ainda está avaliando com muito cuidado se vai participar do leilão, previsto para 21 de outubro, já que o edital é "totalmente novo para a indústria".
"Este tipo de contrato é totalmente novo na indústria, não sabemos como vai funcionar, como vai ser a PPSA, que não investe mas tem poder, a repartição do lucro-óleo, temos que estudar", disse.
Ele criticou a não correção monetária dos investimentos, já que o Brasil tem inflação.
"Nós petroleiros podemos tomar riscos, mas os que podemos prever. A inflação não depende de nós, mas da política do governo e das condições econômicas. Não temos controle disso".
Fonte> Folha de São Paulo/DENISE LUNA DO RIO
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