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Em busca de excelência

Naproservice consolida crescimento após investimentos em equipamentos, treinamento e ampliação das instalações

Com 26 anos de existência, a niteroiense Naproservice orgulha-se da posição que conquistou no mercado da indústria naval brasileira. Fundada em junho de 1988, durante a maior parte de sua história a companhia focou na atividade de assistência técnica, manutenção e reparo de propulsores navais, mas, nos últimos anos, vem expandindo a área de atuação para outros equipamentos marítimos e novos setores, como o gerenciamento de docagem de embarcações e plataformas. Com a conquista de uma posição confortável no mercado, a empresa quer hoje consolidar a atuação nesses segmentos onde já opera.

O diretor Carlos Durães destaca que a Naproservice é reconhecida nacionalmente nas soluções dos propulsores de qualquer marca, superando até mesmo os OEM (Original Equipment Manufacturer, em inglês, ou Fabricante Original do Equipamento). “Somos procurados pelo conhecimento que temos dos mais diferentes modelos e marcas. Há muita reclamação sobre a baixa qualidade na assistência técnica na cadeia naval ofertada no Brasil, assim como a falta de peças de reposição para as paradas de manutenção tanto preditivas quanto emergenciais. Nosso principal objetivo a curto e longo prazo, portanto, é atender à demanda nacional nestes setores”, diz Durães.
Durante mais de 20 anos a Naproservice trabalhou como representante da holandesa Lips Propulsion Netherlands B.V., que fornecia também o suporte tecnológico, o que ajudou a consolidação da empresa brasileira no mercado naval.
Apesar de a Lips ter sido comprada pela finlandesa Wärtsilä em 2003, a Naproservice continuou atuando como representante da empresa holandesa por mais seis anos. Após esse período, a multinacional europeia assumiu as operações da nova subsidiária em terras brasileiras, o que acabou por transformar a Lips e sua antiga representante no Brasil em concorrentes.
A companhia niteroiense não desanimou e hoje mantém contratos firmados com empresas como Kawasaki, ACM Bearing, Nakashima, Steerpop, Versitec e várias outras. Atualmente está discutindo parcerias com outras duas multinacionais que pretendem iniciar ou aumentar a área de atuação no país. “Estamos em contato com duas indústrias de motores navais. Uma quer que a gente represente ela no Brasil e outra quer treinar nossas equipes nas próprias instalações para montarmos os seus produtos aqui”, afirma.
Mas ela não opera apenas com parcerias de multinacionais. Antes da sociedade de longa data com a Lips acabar, esforços empreendidos pela Naproservice no final da década de 1990 ampliaram o perfil de negócios da empresa. “Em 1996 começamos a fazer uma parte do gerenciamento de docagem (que permite a uma embarcação condições para que o casco passe por modificações e reparos). Isso ocorreu por necessidade dos clientes. Nos consultaram sobre a possibilidade de realizar o serviço e a gente executou”, explica o executivo.
A partir dos anos 2000, a diversificação do mix de produtos ganhou força e o setor de motores de propulsão, até então o carro-chefe da empresa, virou apenas um dos segmentos onde a Naproservice atua. No mesmo passo em que se fortalecia no mercado de propulsão, ela criou divisões de manutenção para diferentes equipamentos navais e de perfuração na área offshore.
“Por dois anos, de 2008 a 2009, fomos responsáveis pelo gerenciamento do dique do estaleiro Inhaúma, no Caju.  Temos uma equipe forte, treinada e somos muito bem equipados, o que abriu caminho para aumentarmos o nível de especialização da empresa. O nosso conhecimento em motores de propulsão permitiu que atuássemos em outros tipos de equipamentos, como os de perfuração”, diz.
Parte do know how da companhia foi adquirido ao longo dos anos com o trabalho realizado para vários clientes. “Quando pediam para a gente operar um equipamento diferente, o cliente enviava um engenheiro para fazer a supervisão da nossa operação, o que nos permitiu adquirir experiência em vários tipos de maquinários”, conta o executivo. Isso propiciou a ela contratos com negócios nacionais e internacionais, como a Petrobras, Transocean, Diamond Offshore, Yanmar, Odebrecht, Queiroz Galvão, Maersk, CBO, Vale, Marinha do Brasil, Wilson Sons, OGX, Estaleiro Mauá, dentre diversas outras.
Hoje, a companhia atua também com equipamentos de heavy lifting, na remoção de thrusters (que fornecem maior manobrabilidade às embarcações) embaixo d’água, com manutenção preventiva e hidráulica dos mais diversos equipamentos, dentre várias outras áreas.
Por estratégia comercial, a Naproservice não revela dados sobre faturamento ou investimentos. “Estamos tocando um projeto em segredo, mas não queremos mencionar o volume do investimento que está sendo realizado. Isso só vai gerar especulação entre os nossos concorrentes e pode prejudicar as nossas operações”, diz.
Durães revela, no entanto, que nos últimos anos investiu cerca de R$ 60 milhões na compra de equipamentos, capacitação de mão de obra e na ampliação da base operacional. O tamanho da planta original, localizada na Ilha da Conceição, em Niterói, pulou de quatro mil metros quadrados para 29 mil metros quadrados. “Nos transformamos em um estaleiro. Criamos um centro de treinamento e capacitação para nossos funcionários.  Estamos constantemente investindo em qualificação de mão de obra, um dos principais fatores que atravancam a nossa produtividade. Com uma operação focada cada vez mais em equipamentos diferentes, precisamos investir ainda mais em treinamento”, frisa.
Segundo Durães, além de enfrentar problemas com a falta de mão de obra qualificada, outra dificuldade que a Naproservice vem enfrentando é referente à política de OEM praticada por algumas empresas que atuam no Brasil. “A Petrobras exige que a manutenção dos equipamentos seja feita somente pelo fabricante, que, nesse caso, não possui estrutura no Brasil. Isso nos exclui desta etapa na cadeia produtiva e impede que nossos parceiros utilizem a empresa como parte de uma estrutura de suporte de serviços”.
“Como a maioria dos equipamentos das atividades da cadeia de petróleo e gás é fabricada no exterior, não teremos chances de desenvolver a indústria brasileira justo nesse momento de investimento na exploração da camada pré-sal. Precisamos das iniciativas e dos esforços dos empreendedores nacionais para erguer a indústria do Brasil. Dessa forma, não conseguimos atingir as metas do governo federal de conteúdo nacional. Falta suporte para fortalecermos nossas estratégias”, avalia.  n

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