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Em um mês, três obras do PAC no Amazonas apresentam problemas

Porto fluvial inaugurado quando Dilma Rousseff estava na chefia da Casa Civil teve parte de sua estrutura arrastada pelas águas do Rio Madeira
Em menos de um mês, três obras em portos fluviais do Amazonas, incluídas no Programa de Aceleração de Crescimento, deram problemas. Um deles, o de Humaitá, foi entregue pela ainda ministra Dilma Rousseff, no dia 25 de março. Duas semanas depois, a correnteza e o impacto das toras que descem o Rio Madeira arrastaram parte de sua estrutura.
Não foi o único incidente envolvendo obras desse tipo na região. Quatro dias depois, foi a vez de ocorrer problemas no terminal fluvial de Manaquiri, a 64 quilômetros de Manaus, quando uma passarela rachou justamente quando seria feita a ligação entre a balsa flutuante da ponte com a rampa de concreto.
Plataforma do porto de Itacoatiara, que cedeu no dia 23 de março deste ano. Foto: Nara Mendes/AE
O primeiro problema com terminais hidroviários do PAC tinha acontecido no dia 23 de março, na cidade de Itacoatiara, a 177 quilômetros da capital amazonense. Nesse caso, a plataforma do porto cedeu durante a passagem de uma pá mecânica (uma espécie de trator), pesando 18 toneladas. O terminal, que está passando por reformas, deveria suportar um peso de 50 toneladas.
As obras nesses terminais fluviais têm sido capitalizadas politicamente no Estado. Amiga e aliada do então ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que será candidato ao governo do Amazonas, Dilma fez questão de prestigiar a inauguração da obra do PAC em Humaitá. Foi uma de suas últimas participações em eventos desse tipo antes de deixar a Casa Civil para concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As obras do porto de Humaitá têm um custo estimado em R$ 15 milhões. As de Itacoatiara somam R$ 7 milhões, enquanto as de Manaquiri somam R$ 4,9 milhões.
Explicações
Responsável pela maioria dos recursos federais repassados para essas obras, o Ministério dos Transportes reconheceu a ocorrência de problemas nos terminais fluviais. Mas procurou minimizar seus efeitos. Em relação ao porto de Humaitá, inaugurado por Dilma, a assessoria de comunicação do ministério informou que o terminal fluvial "ainda não está aberto para operação pública, na expectativa da liberação final de órgãos oficiais".
A assessoria, porém, confirmou que "a última ponte e o flutuante principal do complexo foram deslocados, por força de acúmulos de troncos e outros objetos levados pela correnteza do rio Madeira".
Poitas. Segundo o ministério, as poitas de sustentação (um instrumento usado por pequenos barcos para fundear no lugar de âncoras) cederam. "Mas as pontes de acesso à estrutura principal não afundaram, por serem flutuantes", garante a assessoria.
"O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informa que a situação foi prontamente restabelecida, com acréscimo de novas poitas, com capacidade para suportar correnteza com velocidade de até 10 nós", assegurou o ministério.
Incidente
Em relação ao porto de Manaquiri, o ministério reconheceu que houve "o registro de um incidente operacional, dia 12". "A empresa contratada para construção do porto errou na operação de cabeamento, para liberação das pontes, durante a subida do leito. Os flutuantes permaneceram na mesma altura, segurados pelos cabos, mas liberados imediatamente após a ocorrência", diz a assessoria. No caso de Itacoatiara, o governo do Amazonas está verificando o que fez a plataforma ceder após a passagem de um trator por ela.

Fonte: O Estado de S.Paulo/Marcelo de Moraes


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