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Empregos em estaleiros caíram 64% desde 2014, aponta Sinaval

A construção naval e offshore no Brasil emprega atualmente menos de 30.000 postos de trabalho. O Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) contabilizou 29.539 trabalhadores trabalhando em estaleiros em abril, cerca de 5.00 empregos a menos em relação a dezembro do ano passado. O número de empregos no setor em abril representa queda de 64% em comparação a dezembro de 2014, pico da atividade, quando os estaleiros nacionais empregavam 82.472 trabalhadores. Dos 28 estaleiros associados ao Sinaval, 12 não estão operando. Os números constam agenda do Sinaval para as eleições deste ano, cujo documento será entregue aos candidatos que concorrerão à presidência da república. (Clique aqui para conferir as propostas na íntegra)

Desde as últimas eleições, o Sinaval perdeu 22 associados devido à crise da Petrobras e falta de perspectivas de novos projetos. Os que continuam com serviços sobrevivem graças aos seus últimos contratos para não fecharem as portas. “Passados quatro anos, às vésperas da escolha, continuamos vivendo em um cenário de grandes números. Mas, desta vez, infelizmente, negativos. Tudo o que foi conquistado em uma década de muito investimento e trabalho, hoje se resume a uma tentativa de sobrevivência”, lamentou o presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha.

Em 2014, data da última eleição presidencial, a indústria naval brasileira vivia um momento favorável e conseguiu uma retomada após décadas de sucateamento. A política de conteúdo local, as novas encomendas da Petrobras e o aumento da produção offshore fizeram com que o setor avançasse, em média, 19,5% ao ano entre 2000 e 2013, segundo dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea). O Sinaval ressalta que a política de conteúdo local foi determinante para modernização do parque industrial e toda a cadeia produtiva de bens e serviços para a indústria de óleo e gás.

O documento lembra que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) considerou em nova resolução o conteúdo local com 40% para três famílias em contratos antigos: engenharia; equipamentos e construção; e integração de módulos e cascos.  “É importante que sejam estabelecidas as mesmas regras para contratos futuros, garantindo o crescimento do emprego nas empresas do setor no Brasil, a geração de renda e mais segurança para novos investimentos”, defende o Sinaval.

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O Sinaval destaca que o setor naval é estratégico e tem que ser defendido por uma política de governo. O sindicato enfatizou que a construção naval brasileira já provou a capacidade produzir navios e plataformas com qualidade e eficiência, contribuindo para crescimento do país. De 2007 a 2016, foram concluídas 605 embarcações financiadas pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), que desembolsou cerca de R$ 30 bilhões. Nesse período, 12 novos estaleiros foram construídos e mais de 80 mil empregos diretos e 400 mil indiretos criados, além da qualificação da mão de obra da cadeia produtiva de óleo e gás e do desenvolvimento da economia dos municípios em que os estaleiros estão localizados.

Para ser competitiva, o Sinaval diz que a indústria naval precisa de demanda consistente que permita a evolução da curva de aprendizado e, consequentemente, a possibilidade de disputar mercado. A Petrobras ainda é principal demandante da indústria naval brasileira, mas essa característica se perdeu, nos últimos três anos, em prol da recuperação do seu caixa. O Sinaval identifica que a Marinha Brasileira tem necessidade de renovação de sua frota, com mais de 30 anos, e que a indústria naval brasileira tem plena capacidade de absorver essa demanda.


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Por Danilo Oliveira
(Da Redação)






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