A Lupatech terá uma carteira de pedidos (backlog) acima de R$ 2 bilhões após a incorporação da San Antonio Brasil, como parte do acordo de aumento de capital de até R$ 700 milhões formalizado pela companhia na semana passada.
Fornecedora de equipamentos e serviços para o setor de petróleo e gás, a Lupatech também terá com a San Antonio um backlog com "dispersão maior em vários contratos", disse nesta segunda-feira (9/4) o presidente da empresa, Alexandre Monteiro, em teleconferência com analistas.
"A junção Lupatech e San Antonio na área de serviço vai nos trazer grandes ganhos de sinergias e de desempenho", afirmou.
A Lupatech — que vem passando por dificuldades financeiras e chegou a preocupar o mercado em relação à solvência — é em grande parte dependente de encomendas da Petrobras, a qual cancelou contratos de US$ 779 milhões com a empresa na semana passada.
Com isso, o seu backlog caiu de R$ 2,3 bilhões em dezembro para R$ 935 milhões, a maior parte no longo prazo.
A incorporação da San Antonio Brasil, empresa de serviços para setor de petróleo e gás controlada indireta da gestora de fundos de investimentos GP Investimentos, foi anunciada juntamente com o aumento de capital de até R$ 700 milhões da Lupatech.
A capitalização ocorrerá por meio da emissão de 175 milhões de novas ações ordinárias, ao preço de R$ 4 por papel, sendo que a BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e a Petros, fundo de pensão da Petrobras, subscreverão, em conjunto, até R$ 300 milhões.
O presidente da Lupatech considera que o mercado recebeu bem o anúncio da operação de aumento de capital e avalia que a demanda pode até ultrapassar os R$ 700 milhões.
"O mercado tem dado sinal de que está entendendo bastante bem esse aumento de capital como uma nova Lupatech", disse.
A ação da empresa tem alta de mais de 10% nesta segunda-feira.
Monteiro acrescentou que a operação colaborará para a recuperação de caixa e da eficiência da empresa.
A companhia fechou 2011 com um caixa de R$ 24,1 milhões e um endividamento de curto prazo de R$ 679 milhões.
Monteiro disse que a empresa tem contado com apoio dos bancos para realização dos principais pagamentos e atividades.
Ele acrescentou que as vendas da divisão Microinox irão ajudar a empresa à fazer frente à necessidade de caixa até a entrada dos recursos do aumento de capital.
A Microinox atua na fabricação e no fornecimento de peças e componentes pelo processo de fundição de precisão para os mercados automotivo, de válvulas, indústria alimentícia, segurança, máquinas e construção civil.
Monteiro afirmou, ainda, que espera um 2012 "bastante melhor" para a companhia, inclusive no segmento de válvulas.
Fonte:Brasil Econômico - Por Anna Flávia Rochas/Reuters
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