Brasília/Fortaleza. A Eneva, antiga MPX, confirmou ontem que celebrou um acordo para que a OGX possa vender suas ações na OGX Maranhão, que explora blocos de gás na bacia do Paranaíba. As duas empresas são sócias no empreendimento. No Ceará, a empresa é acionista de duas usinas térmicas - a UTE Pecém I e II, ambas no Complexo e Portuário do Pecém.

O negócio acontecerá em duas etapas. No total, a OGX pode sair do negócio com R$ 345 milhões, incluindo a venda das ações e o recebimento de valores devidos pela subsidiária no Maranhão. Primeiro, será feito um aumento de capital na OGX Maranhão no valor de R$ 250 milhões. O fundo Cambuhy, de Pedro Moreira Salles, aportará R$ 200 milhões, tornando-se sócio do empreendimento. A alemã E.ON, sócia majoritária da Eneva, injetará outros R$ 50 milhões. A OGX e a Eneva não participarão do aumento de capital e terão suas participações diluídas. Em seguida, o fundo Cambuhy irá adquirir a fatia de 66,7% da OGX por R$ 200 milhões. A compra, contudo, terá de passar pelo crivo do juiz responsável pelo processo de recuperação judicial da OGX, protocolado na tarde da quarta-feira.

Execução

Caso a operação seja negada, os bancos credores Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander executarão as garantias do empréstimo feito à OGX Maranhão, assumindo a participação da OGX no negócio e vendendo-a posteriormente ao Cambuhy pelo mesmos R$ 200 milhões. Ao final da transação, a Eneva ficará com 18% da OGX Maranhão, a E.ON terá 9% e o Cambuhy, 73%. Por ser sócio da Eneva, Eike continuará tendo participação indireta no empreendimento. A Eneva e a E.ON acertaram ainda o direito de adquirir ações do Cambuhy, por um período de dois anos, com o objetivo de alcançar conjuntamente até um terço das ações da OGX Maranhão. As operações precisarão ser aprovadas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pela ANP (Agência Nacional de Petróleo).

Dívida

Há ainda uma dívida pendente entre a OGX Maranhão e a OGX de R$ 145 milhões, que não depende da aprovação judicial. Segundo a OGX, o pagamento será parcelado. O primeiro desembolso, de R$ 50 milhões, só será feito no aumento de capital.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)

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