Fábrica de cascos começa a ser instalada em julho e construção das estruturas se inicia em outubro
Um importante negócio no setor da construção naval foi confirmado oficialmente. O sócio da Engevix Gerson de Mello Almada admitiu ontem as transações para a compra do dique seco do Rio Grande e de seu projeto de expansão, hoje pertencente à empresa WTorre. "Estamos em negociação, existe a intenção", afirma o dirigente.
A Engevix entra nessa iniciativa em parceria com o Funcef (Fundo dos Empregados da Caixa Econômica Federal). Almada, no entanto, prefere não se manifestar sobre qual será a participação de cada grupo no negócio. O dique seco e sua continuação também são conhecidos como Estaleiros Rio Grande 1 e 2 (ERG 1 e ERG 2). O ERG 1 terá capacidade para construir ou reparar de duas a três plataformas de petróleo ao mesmo tempo e sua inauguração deve ocorrer no dia 31 deste mês. Já no ERG 2, será desenvolvida a construção de navios supply boat (destinados à prospecção e produção de petróleo e gás) e de embarcações convencionais para o transporte de minérios.
Vencedor de licitação da Petrobras para a construção de oito cascos de navios para plataformas de exploração de petróleo e gás, a meta do Grupo Engevix é desenvolver uma fábrica de cascos no município de Rio Grande. Almada lembra que a carta de intenções com a estatal foi assinada em 12 de março, o que deu autorização para iniciar os trabalhos de projeto de engenharia dos cascos e a compra dos equipamentos e materiais mais críticos, entre os quais estão as chapas de aço. "Estamos fazendo o máximo de esforço para que essas chapas sejam fabricadas no Brasil", diz Almada. Ele relata que esses materiais são produzidos no País, atualmente, apenas pela Usiminas.
Os primeiros trabalhos de implantação da fábrica deverão ocorrer no mês de julho e a chegada das primeiras chapas, em outubro, ou seja, o começo da implementação dos cascos. Inicialmente, serão feitas as instalações das oficinas, das máquinas de corte e de dobragem de chapas. Essa estrutura será instalada no terreno do dique seco e em alguns terrenos ao lado do complexo. O valor do contrato firmado entre a Petrobras e a Engevix para a realização dos oito cascos é de US$ 3,5 bilhões. A empresa privada investirá mais cerca de R$ 400 milhões na adequação de infraestrutura para construir os cascos. O pico das obras, que deve ocorrer do final de 2012 até 2014, deve gerar cerca de 3,5 mil empregos diretos e a expectativa é de que 80% a 90% possam ser preenchidos por trabalhadores do Estado. As chapas chegarão a Rio Grande já recortadas e pintadas da usina siderúrgica. Desse material serão feitos os painéis, que depois se tornarão blocos. O casco será constituído de 28 blocos, cada um pesando cerca de 500 toneladas.
Empresa vai disputar implantação de navios-sonda
A Engevix também disputará a concorrência para a implantação de sete navios-sonda (destinados à perfuração de poços submarinos). A licitação deverá ser aberta no final de maio e ser concluída ainda neste ano.
O custo de cada navio-sonda está na ordem de US$ 800 milhões a US$ 900 milhões. O sócio da Engevix Gerson de Mello Almada revela que a empresa ainda tem interesse em avaliar e desenvolver outros projetos na região, como a construção da ferrovia que ligaria Porto Alegre até Pelotas, o que permitiria uma ligação férrea direta entre a Região Metropolitana e o porto do Rio Grande.
O executivo da Engevix será um dos palestrantes do Seminário Rio Grande/Onde o Rio Grande Renasce, que será realizado hoje, das 9h às 18h, no auditório Centro de Convívio dos Meninos do Mar (CCMar), em Rio Grande.
Entre os convidados ainda constam a candidata à presidência da República Dilma Rousseff e a governadora Yeda Crusius. O evento é uma realização da Revista Voto e tem o patrocínio da Engevix, Toniolo Busnello e prefeitura do Rio Grande. A diretora-executiva da Revista Voto, Karim Miskulin, salienta que encontros como esse são fundamentais para discutir temas que estarão presentes nos debates eleitorais deste ano.
Fonte: Jornal do Commercio (RS)/Jefferson Klein, de Rio Grande
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